Título: O destino incerto da inspetora Marina Maggessi
Autor: Antonio Wernecke Gustavo Goulart
Fonte: O Globo, 06/09/2005, Rio, p. 12

Secretaria de Segurança não revela novo cargo de policial que comandou prisões de Elias Maluco e Beira-Mar

Ainda é incerto o destino da inspetora Marina Maggessi, que esteve por trás das principais investigações da Polícia Civil nos últimos tempos. Com a saída do delegado Luiz Alberto Cunha de Andrade da Polinter, anunciada anteontem, é possível que a inspetora seja transferida para outra unidade, embora a Secretaria de Segurança não tenha informado até a noite de ontem o novo cargo da inspetora.

Marina comandou as operações que culminaram com a prisão de traficantes que vinham infernizando a população como Marcinho VP, Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, condenado a 28 anos de prisão pela morte do jornalista Tim Lopes, da Rede Globo, e Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.

Em abril do ano passado, ela também obteve a informação de que o traficante Eduíno Eustáquio de Araújo Filho, o Dudu, ia tentar retomar as "bocas-de-fumo" da Favela da Rocinha com um grupo de cem bandidos. As informações nortearam uma operação das polícias Civil e Militar que frustrou o plano.

Inspetora comandou grupo de elite por 19 meses

No mesmo mês, seu grupo desarticulou uma quadrilha que fornecia 18 toneladas de maconha por mês à Zona Sul e à Região dos Lagos. Apreendeu, no Complexo do Alemão, uma central clandestina de transmissão de rádio VHF, de longo alcance. O equipamento daria aos bandidos condições de se comunicar via rádio com seus cúmplices em todo o estado, bem como de ouvir as frequências das polícias Civil e Militar.

Por 19 meses, ela comandou, até julho do ano passado, a Coordenadoria de Inteligência e Apoio Policial (Cinpol). Marina Maggessi foi a única inspetora de polícia, e não um delegado, a assumir um cargo tão relevante na Polícia Civil. Na época, Marina substituiu o delegado Rodolfo Waldeck. Ao empossá-la no cargo, o chefe de Polícia Civil, delegado Álvaro Lins, afirmou, à época, que a escolha não desprestigiava a classe dos delegados, mas premiava o esforço e a competência da inspetora.