Título: BC REALIZA ESTA SEMANA O 2º LEILÃO DE BENS DO EXTINTO BANCO SANTOS
Autor: Ronaldo D'ércole
Fonte: O Globo, 06/09/2005, Economia, p. 24

Itens, que vão de centrais telefônicas a cristais, devem render R$700 mil

SÃO PAULO. Em meio a ameaças de credores de recorrer à Justiça contra sua atuação no caso, o Banco Central (BC) marcou para os dias 8 e 9 próximos, quinta e sexta-feira, o segundo leilão para a venda de bens do Banco Santos, que está em liquidação extrajudicial. No fim de maio deste ano, no primeiro leilão de ativos do banco, o liquidante do Santos conseguiu arrecadar cerca de R$2 milhões com a venda de equipamentos de informática e aparelhos eletroeletrônicos, além de móveis para escritório.

Agora, a Superbid, empresa contratada pelo BC para realizar o segundo leilão, informa que serão ofertados os mais diversos itens, que vão de centrais telefônicas e de atendimento de telemarketing a faqueiros de prata, árvores de natal da loja Cecília Dale, cristais e coleções de livros. Estes últimos fizeram parte de exposições realizadas por Edemar Cid Ferreira, ex-dono do banco.

- Estas são as sobras das sobras, e devemos arrecadar bem menos que no anterior - explicou o liquidante do BC no Banco Santos, Vânio Aguiar.

Segundo ele, se vendidos pelo preço mínimo, os lotes deste segundo leilão renderiam cerca de R$700 mil. Mesmo que ultrapasse esse valor, a venda de ativos deve render muito pouco em relação ao rombo financeiro encontrado pelo liquidante do BC nas contas do Santos, que passa dos R$2,5 bilhões.

Ex-dono contesta os números do BC

Sob intervenção do BC desde novembro de 2004, o Santos entrou em liquidação extrajudicial em março. Em 17 de junho, o liquidante nomeado pelo BC apresentou à Justiça de São Paulo o pedido de falência do banco. Aguiar espera que, ainda este mês, seu pedido seja deferido. Com isso, a missão do BC no Santos se encerra, e um administrador judicial será indicado pelo juiz para executar a massa falida e pagar os credores.

O interventor do BC conta que tem se dedicado a cobrar e negociar com os devedores do banco. Ele pretende entregar o banco à Justiça com cerca de R$100 milhões em caixa.

Cid Ferreira, que responde a várias acusações por crimes financeiros na Justiça, contesta o rombo apurado pelo BC.

- Essa é a única linha de defesa de quem não tem mais argumentos para apresentar. É normal - rebateu Aguiar.