Título: MORGAN STANLEY E GOLDMAN SACHS VÊEM CRESCIMENTO MENOR NOS EUA
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Fonte: O Globo, 08/09/2005, Economia, p. 16

Alta do petróleo e furacão fazem bancos reverem projeção para 2005 e 2006

CHICAGO e NOVA YORK. Os bancos de investimento americanos Morgan Stanley e Goldman Sachs diminuíram ontem suas projeções de crescimento para a economia dos EUA. A forte alta nos preços do petróleo ¿ que na semana passada ultrapassou os US$70, um novo recorde histórico ¿ e os efeitos do furacão Katrina sobre a produção do país justificaram a revisão.

O Morgan Stanley prevê que a economia americana crescerá 3,5% em 2005, não mais 3,8%. Já o Goldman Sachs projeta crescimento anualizado do Produto Interno Bruto (PIB) americano de 3,5%, no terceiro trimestre, abaixo do prognóstico original de 5%. O banco estima que o crescimento, no quarto trimestre, será de 2,5%, contra projeções anteriores de 3,5%.

Cotação do barril volta a cair em NY e Londres

Para 2006, o Morgan prevê uma expansão de 3,3% para a economia americana, ante os 4% anteriores. O Goldman está mais otimista: aposta que o PIB avançará 3,75%, 0,75 ponto percentual acima das estimativas anteriores. Segundo o banco, os números refletem uma avaliação inicial do impacto do Katrina. A alta do petróleo também fez com que o Morgan revisasse suas projeções para a economia global: de 4,1% para 3,7%

Apesar das preocupações de que o estrago causado pelo Katrina possa manter as cotações do petróleo em patamares elevados, ontem o preço do barril voltou a recuar no mercado internacional, com a recuperação da indústria petrolífera americana. O petróleo negociado em Nova York cedeu 2,37%, para US$64,40. Em Londres, o barril tipo Brent caiu 2,44%, para US$63,09.

Investidores também receberam bem a oferta da Agência Internacional de Energia (AIE), que pretende liberar 2,1 milhões de barris por dia de sua reserva de emergência. No entanto, os analistas foram surpreendidos negativamente pelos dados da produtividade americana.

O indicador cresceu 1,8% ao ano no segundo trimestre do ano, mas analistas estimavam pelo menos 2%. No primeiro trimestre, a expansão foi de 3,2%. Apesar disso, ontem as bolsas dos EUA fecharam em alta: os índices S&P e Nasdaq subiram 0,24%.

MAIS KATRINA nas páginas 18 a 20

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