Título: LULA DEFENDE LIBERDADE DE IMPRENSA
Autor:
Fonte: O Globo, 10/09/2005, O País, p. 13

Presidente mostra preocupação com o ataque ao prédio do `Diário de Marília¿

BRASÍLIA e SÃO PAULO. Ao receber ontem a diretoria da Associação Nacional de Jornais (ANJ), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso com a liberdade de imprensa e manifestou preocupação com a invasão e destruição do prédio do ¿Diário de Marília¿, onde também funcionam duas rádios da Central Marília de Notícias. O prédio foi invadido por homens encapuzados na madrugada de quinta-feira. O presidente disse que determinou ao ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) que a Polícia Federal acompanhe as investigações.

¿ O presidente se preocupou muito com isso, assim como todos nós. Isso é um desvio que acontece no nosso dia-a-dia, mas o relevante é que vivemos num ambiente de plena liberdade ¿ disse o presidente da ANJ, Nelson Sirotsky.

No encontro, Lula falou da crise política, dos resultados da economia e dos projetos do governo na área de infra-estrutura, manifestando confiança na superação da crise política e no desenvolvimento do país. Segundo Sirotsky, Lula destacou o papel da imprensa neste momento de crise política.

Sirotsky disse que, neste momento de crise política, a imprensa brasileira está cumprindo a sua missão numa sociedade democrática. Ele destacou também o pleno exercício da liberdade de imprensa:

¿ O presidente manifestou sua defesa intransigente da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão, sobretudo num momento em que o país atravessa uma crise, em que felizmente as instituições, entre elas a imprensa, cumprem plenamente a sua missão.

Lula não criticou imprensa na cobertura da crise

Segundo Sirotsky, o presidente não fez críticas nem reivindicações em relação ao papel da imprensa na cobertura da crise. A ANJ, por sua vez, também não pediu nada ao governo.

A polícia de Marília deteve ontem um suspeito de envolvimento no atentado, Amauri Campói, de 47 anos, dono de um clube de carteado de Marília. Segundo o diretor de redação das rádios e do jornal, José Ursílio, Campói confessou participação no crime, delatou outras três pessoas e indicou o nome da pessoa que o teria contratado por R$10 mil para participar da ação. Também insinuou o envolvimento de autoridades públicas no caso, mas a polícia mantém a informação em sigilo e não divulgou nomes de suspeitos.

O ataque destruiu cerca de 80% do prédio. O vigia Sérgio Araújo disse à polícia que durante a madrugada uma mulher aparentando cerca de 26 anos chegou e pediu informações de como enviar carta a um programa da rádio. Ao abrir a porta foi rendido por três homens encapuzados e armados.