Título: INVESTIMENTOS NA AMÉRICA CENTRAL DE OLHO NOS EUA
Autor: Eliane Oliveira/Martha Beck/Vladimir Goitia
Fonte: O Globo, 14/09/2005, Economia, p. 23

Brasil lança programa financiado pelo BNDES visando a aproveitar plataforma exportadora para Estados Unidos

CIDADE DA GUATEMALA. O governo brasileiro e empresas do país estão interessados em fazer dos países da América Central e do Caribe uma plataforma de exportações, de olho na área de livre comércio que essa região criou com os Estados Unidos. Para incentivar a estratégia de negócios, o Brasil está montando um programa de investimentos na América Central, batizado de Pibac, com duas linhas de ação: divulgação das regras do novo bloco e financiamento do BNDES.

O bloco, chamado Cafta-RD, entrará em vigor em janeiro do próximo ano e isentará de tarifas 99,7% dos produtos da região, exceto açúcar e milho. A intenção é que empresas brasileiras passem a produzir nos países integrantes - Costa Rica, El Salvador, Honduras, Nicarágua, República Dominicana e Guatemala - e vendam a partir de lá para o mercado americano, com vantagens fiscais.

- Essa é uma possibilidade de produzir aqui produtos que entrariam nos EUA com tarifa zero - disse o embaixador Mário Vilalba, diretor do Departamento de Comércio do Ministério das Relações Exteriores.

Em reunião com empresários que fazem parte da comitiva brasileira na Guatemala, o presidente Lula afirmou que o Cafta-RD é um estímulo para investimentos na região. A previsão é que nos próximos dez anos sejam investidos US$300 bilhões na América Central. Lula quer equilibrar a balança comercial entre a região e o Brasil. Em 2004, os brasileiros exportaram US$1,4 bilhão e compraram US$105 milhões. Um trunfo do Brasil é o etanol. A região depende do petróleo e quer a tecnologia para produzir álcool combustível, pretendendo comprar de usinas brasileiras e importar carros a álcool ou bicombustíveis.