Título: INVESTIGAÇÃO EM FUNDAÇÕES TEVE INÍCIO EM 2004
Autor: Taís Mendes
Fonte: O Globo, 18/09/2005, Rio, p. 18

As primeiras irregularidades em fundações ligadas a unidades de saúde foram denunciadas no início do ano passado, levando o Ministério da Saúde a fazer uma auditoria no Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá. Na época, constatou-se que a Fundação Antônio Luiz de Medina (Falmed) ¿ entidade que administra o dinheiro do SUS enviado para o instituto ¿ comprou material hospitalar sem licitação. A fundação teria ainda como prática pagar além do que devia a seus fornecedores.

A Falmed está sob intervenção, administrada pela direção do instituto, mas as irregularidades desencadearam uma série de vistorias em outras fundações. Na época, relatórios de auditorias dos governos federal e estadual mostraram que seis fundações tinham mais de R$100 milhões aplicados em fundos de investimentos. Só a Fundação Ary Frauzino (FAF), do Instituto Nacional do Câncer (Inca), tinha aproximadamente R$ 94 milhões.

Além da FAF, a Fundação Francisco Arduíno (Fundar), ligada ao Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE), e a Falmed estão reunidas num inquérito instaurado pelo MP para saber por que essas entidades mantêm aplicações, quando as instituições que apóiam sofrem ou já sofreram com a falta de material e pessoal. O inquérito, aberto em março do ano passado, está praticamente parado porque aguarda a nomeação de um novo titular da Curadoria de Fundações. O anterior, o promotor Mendelssohn Kieling, foi transferido no início do ano.