Título: FUNCIONÁRIOS DOS CORREIOS DEVEM REJEITAR PROPOSTA DO TST E MANTER GREVE
Autor: Mirelle de França
Fonte: O Globo, 19/09/2005, Economia, p. 16

Sindicalistas se reúnem hoje com ministro das Comunicações em busca de apoio

Hoje será um dia decisivo para os 108 mil funcionários dos Correios, em greve desde o último dia 14, e para a população, que está sendo afetada pela paralisação de cerca de 70% da categoria, de acordo com os sindicalistas. Segundo Celso Paiva, do Comando Nacional de Negociação, como a proposta alternativa do Tribunal Superior do Trabalho (TST), apresentada na última sexta-feira, foi parcialmente aceita, a orientação inicial é manter os braços cruzados.

Às 10h, representantes dos grevistas vão se reunir em Brasília com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, em busca de apoio. Já ao meio-dia termina o prazo que o presidente do TST, ministro Vantuil Abdala, deu à categoria para responder se aceitava ou não a proposta. Caso não haja acordo, o mérito será julgado na próxima quinta-feira pela Seção de Dissídios Coletivos.

Os trabalhadores querem reajuste de 20%, mais reposição salarial (6,6%) e elevação do piso de R$448 para R$931,41. A estatal ofereceu aumento de 11,9% e abono de R$600. Já a proposta informal do TST prevê o pagamento de um abono linear de R$800, além de 8,5% de reajuste salarial a partir de 1º de agosto e mais 3,61% em fevereiro do próximo ano.

¿ Na proposta do TST ainda faltam pontos importantes da nossa pauta de reivindicações, como o aumento do valor da cesta básica, do tíquete-refeição e as discussões de cláusulas sociais. Queremos mais uma rodada no TST ¿ explicou Paiva, ao lembrar que as negociações começaram no mês de julho.

Segundo os Correios, 80% da carga estão sendo entregues

De acordo com os Correios, a empresa concorda com a proposta apresentada pelo TST e espera que haja acordo, já que não pretende modificar sua oferta. A direção da empresa apresentou três propostas antes do início da greve.

A direção dos Correios afirmou, ainda, que 80% da carga estão sendo entregues, algumas com atraso. Paiva, do Comando Nacional de Negociação, admite que a greve prejudica a população:

¿ Queremos resolver o problema o mais rápido possível. A preocupação é grande, porque a população não tem culpa do que está acontecendo.

Na última sexta-feira, as concessionárias de energia elétrica, gás e água anunciaram que estão estudando alternativas para evitar o atraso no envio das contas.