Título: CORREIOS: FUNCIONÁRIOS MANTÊM GREVE
Autor: Fabiana Ribeiro
Fonte: O Globo, 20/09/2005, Economia, p. 23

Servidores do Banco Central também param por tempo indeterminado

RIO e BRASÍLIA. Em greve há uma semana, os funcionários dos Correios rejeitaram ontem a proposta informal do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que fora aceita pela estatal, e decidiram continuar parados. Os sindicalistas disseram não a 8,5% de reajuste a partir de 1º de agosto, mais 3,61% em fevereiro do próximo ano e ao pagamento de um abono linear de R$800.

À noite, o presidente do TST, Vantuil Abdala, concedeu liminar aos Correios determinando que os grevistas mantenham ¿contingente mínimo de empregados¿ nas unidades da ECT, a fim de garantir os serviços inadiáveis. A multa diária para o descumprimento da decisão é de R$30 mil.

Segundo o Comando Nacional, 70% dos 108 mil funcionários dos Correios estão parados. A empresa, porém, afirma que não chega a 10% dos quadros o número de grevistas, embora admita que 20% das correspondências começam a registrar atrasos na entrega. E alguns serviços já deixaram de ser prestados.

¿ Já há um contingente mínimo em operação nos Correios, além de uma preocupação de que a população seja o menos prejudicada possível. Ainda assim estamos fazendo um mapeamento da greve ¿ disse Celso Paiva, do Comando Nacional de Negociação.

Hoje, às 17h, haverá audiência oficial de instrução e conciliação entre a estatal e a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios. Se não houver acordo, o dissídio e a greve serão julgados pelo TST.

Servidores do BC pedem reajuste salarial de 57%

Como os Correios, o Banco Central (BC) também enfrenta a insatisfação dos funcionários. Após semanas fazendo paralisação de apenas um dia, os servidores do BC começaram ontem uma greve por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Funcionários do BC (Sinal), a categoria reivindica reajuste salarial de 57% e reabertura do diálogo com o Ministério do Planejamento, responsável pela folha de pagamento.

O BC informou que a greve teve adesão de 33% dos servidores, embora o sindicato diga que em cidades como Rio, a paralisação chegou a 70%.

Segundo a estatal, a distribuição de dinheiro aos bancos não foi afetada. O representante do Sinal, no entanto, diz que o departamento responsável pelo serviço não funcionou ontem. Não foi afetado, segundo BC e Sinal, o sistema responsável pelas operações de transferências eletrônicas entre bancos.