Título: ANATEL: CLONAGEM DE CELULAR JÁ AUMENTOU 57%
Autor: Mônica Tavares
Fonte: O Globo, 21/09/2005, Economia, p. 25

Agência mostra que em oito meses de 2005 queixas chegaram a 7.380, contra 4.694 em todo ano passado

BRASÍLIA. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está preocupada com o aumento expressivo da clonagem de aparelhos celulares. De acordo com balanço apresentado ontem pelo presidente da Anatel, Elifas Gurgel do Amaral, à Comissão de Infra-estrutura do Senado, as queixas sobre clonagem, só nos oito primeiros meses de 2005, cresceram 57,22% em relação a todo o ano passado. Foram 7.380 queixas entre janeiro e agosto, contra 4.694 em 2004.

Em 2003, foram 603 reclamações. Em dois anos e meio, chega a 12.677 o número de queixas feitas apenas à agência. Ou seja, sem considerar casos encaminhados aos Procons e às próprias empresas. No Rio de Janeiro, desde 2003 já são 1.178 casos.

Existem no país hoje 78,9 milhões de telefones móveis. Este ano, os usuários da Vivo foram os que mais apresentaram queixas de clonagem (4.067), seguidos pelos clientes da Claro (1.293) e da Telemig Celular (1.088). Já a TIM teve 581 reclamações.

Segundo Elifas Gurgel, o regulamento do Serviço Móvel Pessoal (SMP) da Anatel, de 2002, prevê que as empresas tenham meios para identificar a existência de fraudes. A Vivo informou que investiu mais de R$100 milhões em sistemas contra fraudes desde outubro de 2004. O objetivo é detectar alterações no perfil de utilização dos clientes, para impedir os casos de clonagem. Em 99% dos casos, a Vivo diz detectar o problema antes de o cliente perceber. Nos demais, a clonagem é resolvida sem prejuízo financeiro ao cliente.

A Claro também informou que trabalha para combater clonagens e fraudes. Esclareceu ainda que os dois problemas têm ações distintas. No caso de fraude de subscrição, pessoas mal-intencionadas usam dados falsos de clientes para habilitar novas linhas. Todas as contas que não procedem são canceladas, sem ônus para os consumidores.

Segundo a assessoria da Telemig Celular, o volume de reclamações sobre clonagem no seu Centro de Relacionamento com Clientes caiu 68% em agosto de 2005, se comparado a janeiro deste ano. A empresa assume o custo das ligações.

As empresas que utilizam tecnologia GSM, na qual os celulares usam chips, que dificultam a clonagem, têm explicações diferentes. A Claro argumenta que o problema pode acontecer quando o cliente de outras tecnologias usa aparelho em rede analógica ou recorre a uma assistência técnica não recomendada.

Já a TIM garante que não há registro em todo o mundo de clonagem de um telefone TIM GSM. Nas regiões onde oferece serviço com outras tecnologias, a empresa faz um acompanhamento para evitar a clonagem. A Oi e a Brasil Telecom acreditam que pode ter havido equívoco de interpretação da reclamação.

COMO SE PROTEGER

Não emprestar o aparelho a terceiros nem fornecer dados do celular, como modelo, série e número da linha, a estranhos.

Não fornecer dados pessoais, como números de documentos, endereço ou informações sem ter certeza da procedência do pedido.

Comprar aparelhos e fazer manutenção só em lojas das empresas ou autorizadas.

Usuários da tecnologia TDMA fora da área de serviço devem configurar o aparelho para operadoras com a mesma tecnologia.

Em caso de roubo, contactar o serviço de atendimento ao cliente da empresa e efetuar o bloqueio.

Em caso de perda ou roubo de documentos, registrar boletim de ocorrência.

Só programar o celular por solicitação da operadora e em lojas próprias.

Observar se dados pessoais, da linha e vencimento estão corretos na fatura.