Título: PSDB E PFL APÓIAM ELEIÇÃO DE NONÔ
Autor: Ilimar Franco
Fonte: O Globo, 22/09/2005, O País, p. 9

Tucanos, porém, também apostam em Temer

BRASÍLIA. A sucessão na Câmara despertou o interesse de pelo menos dois presidenciáveis tucanos, que desembarcaram em Brasília na noite de terça-feira para um jantar com as bancadas do PSDB na Câmara e no Senado.

De olho no calendário eleitoral, os governadores de Minas, Aécio Neves, e de São Paulo, Geraldo Alckmin, apoiaram a aliança estratégica com o PFL, que pode viabilizar a eleição do deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), mas ponderaram que o PSDB não deve fechar as portas a outras alternativas, como o deputado Michel Temer (PMDB-SP).

Os governadores lembraram que Temer já presidiu a Casa por duas vezes e que, além disso, poderia abrir espaço para negociações futuras com os peemedebistas, que foram aliados importantes dos tucanos no governo Fernando Henrique Cardoso.

- O PSDB está fechado com a candidatura do deputado Nonô. Mas também tem de estar aberto para uma solução congressual, pois o ideal seria fugir de uma disputa entre governo e oposição, tendo em vista que o melhor neste momento seria garantir uma vitória da instituição. Se houver uma convergência em torno do nome do deputado Michel Temer, o PSDB tem de avaliar - admite Aécio.

Aécio não é o único que defende que o nome de Temer seja considerado. Outros tucanos, inclusive os paulistas, vêem o nome do peemedebista com simpatia. A avaliação é que ele foi um aliado importante no governo passado e hoje não representaria uma ameaça às estrelas paulistas do partido, já que não tem planos de disputar cargo majoritário.

Até mesmo alguns pefelistas admitem que o nome de Temer pode ser uma alternativa. Mas isso, só se a candidatura de Nonô se mostrar inviável. Nas últimas 24 horas, entretanto, o nome do deputado pefelista ganhou força em razão da divisão dentro da base governista e do próprio PMDB, que tentou recuperar terreno ontem com o lançamento de Temer depois que ele foi prejudicado pelo apoio recebido do ex-governador Anthony Garotinho.

A eleição de Nonô abriria ainda a vaga de primeiro vice-presidente da Câmara, que poderia render numa negociação bem feita até 50 votos entre os partidos da base governista.