Título: Segundo Petros, fundos ficaram sem dividendos
Autor: Cláudia Lamego/Miguel Conde
Fonte: O Globo, 22/09/2005, O País, p. 11

Ex-presidente da Previ rebate acusação sobre compra da CRT

O presidente da Petros, Wagner Pinheiro, respondeu à declaração de Daniel Dantas de que a Brasil Telecom (BrT) teve rentabilidade média de 23% ao ano sob a gestão do banqueiro. Pinheiro afirmou que nenhuma parte dos dividendos foi repassada aos fundos de pensão:

- Se a Brasil Telecom teve rentabilidade, o problema é que os fundos de pensão não receberam um centavo de dividendo. A Brasil Telecom teve rentabilidade zero para nós. Ele nunca distribuiu os dividendos para os fundos.

Segundo Pinheiro, o investimento inicial da Petros nas controladoras das telefônicas sofreu depreciação de quase 50%:

- A Petros investiu em 1997 na Telemig Celular, na Brasil Telecom e na Amazônia Celular, em valor corrigido pela inflação, R$90 milhões. Hoje estes investimentos estão avaliados em R$47 milhões.

Para o presidente da Funcef, Guilherme Lacerda, não é verdade que Dantas seja bom gestor.

Também há divergências do Opportunity com os fundos na questão da compra da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT) pela BrT, em 2000. O presidente da Previ na época, Luiz Tarquínio, disse ontem que o preço pago à Telefônica pela CRT - cerca de US$800 milhões - constou em duas atas da BrT e que não houve registro de oposição de qualquer dos sócios: fundos de pensão, Opportunity e Telecom Italia. Ele ressaltou que era o Opportunity quem controlava a BrT e tomava as decisões.

Segundo Tarquínio, o valor justo pela CRT - um enclave da Telefônica no Rio Grande do Sul, na área de atuação da BrT - foi estabelecido por um banco contratado, o Salomon SmithBarney, e o preço pago ficou dentro do estimado.

COLABOROU Miguel Conde, do Globo Online