Título: TCU: IRREGULARIDADES NA GESTÃO DE JOÃO PAULO
Autor: Bernardo de la Peña
Fonte: O Globo, 22/09/2005, O País, p. 15

Tribunal encontrou contratos suspeitos da SMP&B com a Câmara em 2003 e 2004

BRASÍLIA. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) no contrato da agência SMP&B com a Câmara dos Deputados durante a gestão do petista João Paulo Cunha (SP), em 2003 e 2004, encontrou sete irregularidades nos acordos com empresas do publicitário Marcos Valério Souza. João Paulo é um dos deputados que receberam dinheiro das contas de Valério. A mulher do parlamentar, Márcia Regina Milanese, esteve na agência do Banco Rural em Brasília, onde sacou R$50 mil. A SMP&B recebeu R$21,8 milhões da Câmara.

Os auditores do TCU citaram entre as irregularidades a realização de pesquisas eleitorais pela empresa Vox Populi, em 2004, com perguntas como "De uma maneira geral, você tem uma opinião positiva ou negativa sobre João Paulo Cunha?" ou "Acreditam que o José Dirceu tem culpa no cartório no caso Waldomiro ou não?". O trabalho custou R$757 mil à Câmara. Os auditores entenderam que as perguntas atenderam aos interesses políticos de João Paulo e estavam desvinculadas da imagem da Câmara.

A prorrogação do contrato também foi considerada indevida pelos auditores do TCU. Para eles, a regra usada para que fosse assinado o segundo termo aditivo com a SMP&B só vale para os casos de serviços de prestação de natureza contínua.