Título: Queda do dólar afetará desempenho das pequenas exportadoras este ano
Autor: Luciana Rodrigues/Geralda Doca
Fonte: O Globo, 22/09/2005, Economia, p. 26

Número de firmas com vendas externas abaixo de US$100 mil diminuiu

BRASÍLIA e RIO. Entre 1998 e 2004, 1.589 micro e pequenas empresas deram a largada no mercado externo e engrossaram o número de firmas exportadoras do Brasil. Mas, este ano, as perspectivas não são nada animadoras. Devido à forte queda do dólar - que recuou 14% no ano e ontem estava abaixo de R$2,30 - as projeções indicam uma estabilização no número de firmas que exportam, com perda de participação das pequenas no volume exportado.

- Quando o câmbio se valoriza, o número de empresas exportadoras não cresce - disse Fernando Ribeiro, da Funcex, lembrando que o fenômeno prejudica mais as pequenas, pois as grandes empresas também são importadoras e compensam os efeitos do câmbio.

Sebrae defende Lei Geral da Micro e Pequena Empresa

Além disso, os ganhos de exportação têm ocorrido graças sobretudo à valorização das commodities, o que não beneficia os pequenos, que se concentram em produtos como calçados, móveis e vestuário.

Os primeiros números do Ministério do Desenvolvimento já mostram um recuo das pequenas. Entre janeiro e julho, cresceu para 8.035 o número de empresas que exportam mais de US$100 mil, contra 7.503 firmas no ano passado. Mas o total de empresas com vendas externas abaixo de US$100 mil recuou de 8.228 nos sete primeiro meses do ano passado para 7.446 este ano.

O diretor técnico do Sebrae, Luiz Carlos Barboza, destacou a importância de se aprovar a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que prevê, entre outras medidas, tratamento diferenciado nas exportações. O Executivo ainda não enviou a proposta ao Congresso. O Sebrae também é favorável à ampliação do limite de faturamento anual para inclusão no Simples. Segundo Barboza, menos de 10% das empresas que exportam pertencem ao programa.

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