Título: BOLSA, TÍTULOS BRASILEIROS E DÓLAR BATEM RECORDES
Autor: Eliane Oliveira/Patricia Eloy
Fonte: O Globo, 22/09/2005, Economia, p. 27

Moeda fecha a R$2,275 e Bovespa sobe 2,59%. Global 40 atinge 120,97% do valor de face

RIO e BRASÍLIA. O dia de ontem foi de recordes no mercado financeiro brasileiro. Rumores de que, diante dos bons fundamentos da economia e do superávit do governo central, agências de classificação de risco elevariam a nota de crédito do país animaram os investidores - especialmente os estrangeiros - que entraram em peso no mercado. O Ibovespa, índice que reúne as 57 ações mais negociadas da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), atingiu o recorde histórico de 30.837 pontos, com uma alta de 2,59%. Foi o terceiro recorde no mês e o 12ºno ano. O volume financeiro foi de R$2,58 bilhões, bem acima da média do mês, de R$1,59 bilhão.

Outros índices da Bovespa também atingiram ontem o maior patamar desde a sua criação: Índice de Energia Elétrica (9.263 pontos), Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (3.204 pontos) e Índice Brasil 50 - IBrX-50 (4.489 pontos).

O dólar não fugiu à regra do dia e caiu 1,09% ontem, encerrando os negócios a R$2,275, a menor cotação desde 10 de abril de 2002 (R$2,264). A expectativa de entrada de recursos captados por empresas no exterior trouxe otimismo ao mercado, o que levou alguns investidores a venderem moeda, tentando fazer negócios antes de uma queda mais acentuada do dólar.

O Global 40, título brasileiro mais negociado no exterior, subiu 0,74% e atingiu 120,97% do valor de face, também recorde histórico. Com isso, o risco-país - indicador da confiança dos estrangeiros no Brasil - caiu 0,55%, para 364 pontos centesimais. Apesar dos fortes rumores de elevação da nota de crédito, de Nova York, as agências Fitch Ratings e Standard & Poor's informaram que não há perspectiva alguma de mudança na nota do Brasil.

Nos EUA, Levy negociará'upgrade' com agências

O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, aproveitará a viagem aos Estados Unidos onde, a partir de hoje, participa da reunião anual do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), para se encontrar com representantes das principais agências de classificação de risco do mundo. O objetivo é conseguir um upgrade do país, ou seja, uma avaliação que coloque o Brasil próximo ou no grupo de nações que são recomendadas ao investimento financeiro e produtivo internacional.

- Há uma série de indicadores que apontam para uma boa situação fiscal do país - disse Levy. (Patricia Eloy e Eliane Oliveira)

www.oglobo.com.br/economia