Título: CORREIOS: GREVE ACABA NO RIO, DF E MAIS 3 ESTADOS
Autor: Fabiana Ribeiro/Max Leone
Fonte: O Globo, 22/09/2005, Economia, p. 31

Trabalhadores das cinco áreas decidiram aceitar proposta do TST. Haverá assembléias hoje nas demais regiões

A greve dos Correios chegou ao fim no Rio de Janeiro, Distrito Federal, Bahia, Alagoas e Rio Grande do Norte. Em assembléias realizadas ontem, os trabalhadores dessas regiões aceitaram a proposta do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Com isso, a partir de hoje as agências voltam a funcionar normalmente. Pela acordo, os trabalhadores terão direito a reajuste salarial de 8,5% retroativo a agosto, mais 3,61% em fevereiro e abono de R$800.

Ainda há chances de toda a categoria voltar ao trabalho amanhã. Isso porque os sindicatos devem realizar novas assembléias hoje, em mais uma tentativa de aprovar a proposta do TST, já aceita pela empresa. A idéia é que já se tenha um resultado positivo até às 17h, quando começa a reunião com o tribunal. O TST começa a julgar hoje a legalidade da greve e, na próxima semana, caso não haja acordo, o dissídio.

- Mesmo com alguns estados voltando a trabalhar, não temos a aprovação de dois terços dos sindicatos, como requer o TST. Vamos nos mobilizar para que os trabalhadores aceitem a proposta. Não há mais avanço nas negociações - disse Marcos Santaguida, diretor do Sindicato dos Correios do Rio e membro Comando Nacional de Negociação.

Bancários fazem paralisação de 24 horas hoje no Rio

A greve já trouxe mudanças em algumas empresas. A Claro vai prorrogar os pagamentos que vencem no dia 1º de outubro para até 13 de outubro. E a TIM admite que pode haver atrasos no recebimento das faturas com vencimentos a partir de 25 de setembro. A preocupação não é à toa. Segundo os Correios, 20% das correspondência podem chegar a seus destinos com atraso.

Segundo os Correios, a greve contou ontem com nove mil funcionários. De acordo com a Federação Nacional dos Correios, 70% dos 108 mil profissionais estão no movimento.

Os bancários aprovaram ontem, em assembléia, uma paralisação de 24 horas hoje. Segundo o presidente do sindicato, Vinícius Assumpção, a greve é um protesto contra a proposta feita pela Fenaban, que ofereceu aumento de 4% e abono de mil reais. A categoria reivindica reajuste de 11,77%, um salário nominal e mais um fixo de R$788 acrescidos de 5% do lucro líquido distribuídos entre os funcionários. Ontem, no Rio, os bancários fizeram passeata da Candelária à Cinelândia, no Centro.

COLABOROU Max Leone, do Extra