Título: O DRAMA QUE VAI DURAR ATÉ O ANO QUE VEM
Autor: Nadja Sampaio
Fonte: O Globo, 25/09/2005, Economia, p. 40

O projeto de conversão de gás manufaturado para natural teve início em 1998, com previsão para ser concluído em dezembro de 2006. Logo nos dois primeiros anos surgiram queixas. Muitos consumidores questionaram o valor das contas. Eles diziam que, depois da conversão, o valor das faturas duplicou, apesar de o consumo ter diminuído. A empresa, no entanto, alegou que o gás natural tem o dobro do poder calorífico do manufaturado, resultando em um consumo menor, mas com a cobrança do mesmo valor.

Em 2001, a conversão provocou o entupimento de queimadores de fogões e aquecedores, segundo a CEG, por causa da concentração de resíduo nos dutos. O resultado: prejuízo para o consumidor, que foi obrigado a trocar os equipamentos danificados. Já naquela ocasião os usuários se queixavam de que o valor cobrado pelos terceirizados da CEG para fazer o serviço era muito superior ao de mercado.

Em 2002, quando começou a segunda fase do processo de conversão do gás, para que os problemas da primeira fase não se repetissem, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos (Asep) exigiu da CEG providências. Porém, soluções como a garantia de um ano para serviços prestados, um 0800 exclusivo para reclamações e um atendimento no local da conversão não impediram novos problemas.

A empresa recebeu muitas reclamações sobre o não-comparecimento dos técnicos no dia marcado e sobre a imposição de modificar instalações.