Título: UMA NOVA ORLEANS MENOR NO FUTURO
Autor:
Fonte: O Globo, 25/09/2005, O Mundo, p. 41

Prefeito estima que a cidade terá somente 250 mil habitantes

NOVA YORK. Uma ¿nova Nova Orleans¿ começa ser planejada pelas autoridades e sonhada pelos moradores da cidade. O desafio após o Katrina, no entanto, é enorme e não passa somente pela reconstrução. A recuperação depende também do interesse das pessoas em viverem na região e de empresários e comerciantes terem disposição para investir. Segundo estimativa do prefeito, Ray Nagin, a futura cidade deve ser um lugar bem mais tranqüilo, com 250 mil habitantes, metade de antes do furacão.

¿ Estamos deixando a antiga Nova Orleans para trás. Precisamos começar uma nova etapa. Estou cansado de ouvir o barulho dos helicópteros, quero ouvir o jazz novamente ¿ disse ele.

O motivo da redução da população, segundo o prefeito, é que boa parte dos antigos moradores não deve retornar. Além disso, a infra-estrutura da nova cidade, mais segura para seus habitantes, porém com sua geografia peculiar, também não comportaria o mesmo contingente populacional.

Políticos e técnicos acreditam que as mudanças climáticas, a possibilidade de furacões cada vez mais fortes e a delicada posição geográfica de Nova Orleans vão ditar as mudanças que ocorrerão no futuro. Somente dessa forma deve voltar a atrair o interesse de investidores, temerosos de que novas tragédias causem prejuízos ainda maiores.

Ironicamente, um dos grandes eventos marcados para acontecer na cidade, e transferido por causa do furacão, foi o encontro da Associação Nacional de Profissionais de Seguro, cujo tema principal eram os prejuízos causados por catástrofes ambientais em tempos de aquecimento global.

¿ Vamos voltar a atrair grandes eventos e muitos turistas ¿ disse o prefeito.

Antes, porém, Nagin não tem dúvidas de que o caminho é longo, e faz um alerta aos moradores da cidade que resolverem voltar: vão se chocar com o que encontrarem.

¿ Esta não é a mesma cidade. Quem voltar deve estar preparado para enfrentar isso, e acreditar nas mudanças que serão feitas ¿ disse ele.

Com agências internacionais