Título: DESARMAMENTO: FRENTES PREPARAM ESTRATÉGIAS
Autor: Elenilce Bottari e Chico Otavio
Fonte: O Globo, 26/09/2005, O País, p. 9

A propaganda gratuita em rádio e tevê para o referendo de 23 de outubro só começa no próximo sábado, e as frentes a favor e contra o desarmamento montaram estratégias para tentar convencer o eleitor sobre qual a melhor maneira de proteger os cidadãos. A Frente Parlamentar por Um Brasil sem Armas comemora a queda em 8, 2% da estatística de homicídios no país, após 13 anos, argumentando que a redução resulta da campanha de desarmamento.

Já a Frente Parlamentar Pelo Direito da Legítima Defesa (que defende a manutenção do comércio de armas) acusa o Estado de gastar mais com o referendo do que com a segurança pública e apregoa o direito inalienável da legítima defesa.

Os dois lados estão abrindo fileiras em universidades, escolas, igrejas, entidades de classes e outras instituições que organizam debates para ajudar os eleitores a decidir.

¿ Não somos inimigos. Temos um objetivo comum, o desarmamento civil e da bandidagem. Mas vemos caminhos diferentes ¿ diz Antônio Rangel Bandeira, do Viva Rio.

¿ O custo do referendo, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral, será em torno de R$564 milhões. Não é razoável. Pela estatística oficial, em 2004 foram vendidas pela Taurus brasileira 1.044 armas. E em 2005, até junho, 365 armas. Mas o outro lado diz que foram 53 mil armas. O que não dizem é que são armas vendidas para a polícia e empresas de segurança privada. Quero ver é o mercado doméstico ¿ afirma o presidente da Frente Pelo Direito à Legítima Defesa, deputado Alberto Fraga (PFL/DF).