Título: MUTIRÃO ATENDE OS PRESOS DA POLINTER
Autor: Daniel Engelbrecht
Fonte: O Globo, 29/09/2005, Rio, p. 19

De cem detentos que foram examinados no primeiro dia, 90 têm sarna

Um mutirão organizado pela Secretaria estadual de Saúde vai examinar nos próximos dias os cerca de 1.250 presos da Polinter, no Centro. O objetivo é diagnosticar os problemas de saúde na carceragem, que incluem casos de tuberculose e Aids, e providenciar tratamento adequado. Dos cem presos examinados no primeiro dia de atendimento, ontem, 90 estão com sarna.

Vinte profissionais de saúde atendem os presos

A operação foi montada depois que um relatório da Comissão de Saúde da Alerj classificou como dantesca a situação a que está submetida a população carcerária. No dia 4 passado, uma reportagem do GLOBO mostrou que os presos da Polinter eram obrigados a assinar uma declaração se responsabilizando por sua integridade física na carceragem.

O superintendente estadual de Saúde, Ismar Bahia, e o presidente da Comissão de Saúde da Alerj, deputado Paulo Pinheiro (sem partido), estiveram ontem na Polinter para acompanhar o início do atendimento aos presos. Cerca de 20 profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros, vão se revezar no trabalho. A meta é atender até 120 presos por dia.

Exames mais complexos, como de diagnóstico de tuberculose, não foram feitos no primeiro dia. Segundo a Secretaria de Saúde, cinco dos cem presos examinados foram transferidos para o Hospital Central Penitenciário, por se tratarem de casos de urgência. Um dos atendidos tinha um projétil alojado na cabeça e apresentava distúrbios na fala. A maioria dos examinados (90%) tinha problemas de pele e quatro, suspeita de tuberculose.

Para o subchefe de Polícia Civil, José Renato Torres, o problema da superlotação deverá estar sanado no meio do ano que vem, quando entrarem em operação duas casas de custódia com 260 vagas cada e uma penitenciária federal para 800 presos, todas em construção.