Título: UM JOGADOR COMPULSIVO E CHEIO DE DÍVIDAS
Autor: Adauri Antunes Barbosa
Fonte: O Globo, 27/09/2005, Esportes, p. 32

SÃO PAULO. A intimidade com a jogatina não é novidade para Edílson Pereira de Carvalho. Preso no sábado por manipular resultados, o juiz é assíduo freqüentador de bingos em Jacareí, cidade paulista de aproximadamente cem mil habitantes, onde mora desde pequeno. De acordo com o depoimento de moradores e pessoas próximas a ele, Edílson é conhecido na região do Vale do Paraíba como um jogador compulsivo. No Bingo Siqueira Campos, costumava investir cifras elevadas.

¿ Quando o prêmio era de R$150, por exemplo, chegava a gastar R$80 em cartelas ¿ conta um funcionário, que pediu para não ser identificado. ¿ O Magrão (apelido de Edílson) vinha sempre aqui, mas deu uma sumida. Geralmente ia bem, pois sabia jogar. Vinha sozinho e ficava isolado o tempo todo. É um sujeito pacato.

A ligação de Edílson com o jogo de azar é tão estreita que, mais de uma vez, ele presenteou vendedores com camisas de times. Se a fama de Edílson é ótima no Bingo Siqueira Campos, o mesmo não se pode dizer no Planeta Bingo. Segundo um funcionário, ele acumulou dívidas e chegou a ser proibido de freqüentar o local por ordem da direção.

Como conseqüência, ele se viu obrigado a trocar de bingo para manter seu vício, migrando para o Hollyday, em São José dos Campos.

¿ Ele é um cara-de-pau. Tinha dinheiro, mas não pagava suas dívidas. Já soube que em São Paulo ele também estava dando calote ¿ comentou uma funcionária do bingo, que não sabe se as contas, cujos valores não revelou, foram pagas. ¿ O antigo proprietário vendeu este bingo. Não sei se o novo dono herdou o prejuízo.

Segundo um vizinho de dona Emi, mãe de Edílson, foi numa jogatina em Piracicaba que ele conheceu Nagib Fayad.

(*) Do Diário de S.Paulo