Título: BNDES e Venezuela discutem pacote comercial
Autor: Vagner Ricardo
Fonte: O Globo, 04/11/2004, Economia, p. 25
Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, discutiram ontem a criação de um fundo para dar garantias aos financiadores de operações do comércio bilateral. O fundo deve ser constituído com recursos do BNDES, de bancos venezuelanos e da Corporação Andina de Fomento (CAF), disse Lessa.
O fundo poderá ter, inicialmente, US$ 300 milhões e financiar operações comerciais até o teto de US$ 1 bilhão.
Lessa: Venezuela é um excelente sócio do Brasil
Chávez e Lessa almoçaram ontem num hotel em Copacabana, onde o presidente da Venezuela está hospedado. Ele é um dos 12 chefes de Estado e governo participantes da XVIII Reunião de Cúpula do Grupo do Rio, que termina amanhã.
Chávez disse que a Venezuela ¿vive um grande momento de legitimidade democrática e um robustecimento econômico¿, este favorecido pela alta dos preços do petróleo. Para Lessa, a Venezuela é um excelente sócio do Brasil. O presidente venezuelano também se reuniu com a governadora Rosinha Matheus, com quem discutiu a possibilidade de instalar uma refinaria no Norte Fluminense.
Os ministros das Relações Exteriores concluem hoje o texto da declaração do Grupo do Rio a ser submetido aos 12 chefes de Estado e governo. Dos temas econômicos, destacam-se a criação da Autoridade Sul-americana de Investimentos (ASI), proposta pela delegação peruana, e o início das negociações para estabelecer uma área de livre comércio entre os países do Mercosul e as sete nações da América Central signatárias do Sistema de Integração Centro-Americano (Sica).
A ASI seria encarregada de captar empréstimos em instituições multilaterais de fomento, repassando-os aos 19 países do Grupo do Rio. A principal vantagem seria ampliar a capacidade de investimento em infra-estrutura dos governos.
Acordo quer fortalecer blocos sul-americano e andino
Já o acordo com o Sica, depois daquele firmado com a Comunidade Andina, será outro passo para a criação de uma área de livre comércio regional, com efeitos positivos no fluxo comercial e no aumento do poder de barganha nas negociações com países desenvolvidos, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Na sessão de ontem, Amorim participou de mesa com o embaixador brasileiro Luiz Filipe Macedo Soares, subsecretário-geral da América do Sul, e o chanceler da Argentina, Rafael Bielsa.