Título: DOLEIRA E SÓCIA DE RESTAURANTES DEIXAM A PRISÃO
Autor: Orlando Carmo Arantes
Fonte: O Globo, 04/10/2005, Rio, p. 17

Para a Justiça, Odete Graieb não integra quadrilha e Sandra Tolpiakow já prestou os depoimentos necessários

GOIÂNIA. A doleira Odete Graieb e a empresária Sandra Tolpiakow, que estavam presas na Polícia Federal por suspeita de envolvimento com uma quadrilha internacional de tráfico de drogas, foram soltas na sexta-feira por decisão da Justiça. O advogado Estilaque Oliveira Reis, acusado de lavar dinheiro para a quadrilha do português Antônio dos Santos Damaso, também poderá ser libertado nas próximas horas. O pedido de relaxamento da prisão dele ainda será apreciado pelo Ministério Público federal.

No caso de Odete Graieb, o juiz Gilton Batista Brito, da 11ªVara da Justiça federal em Goiás, entendeu que a doleira apenas comprava moeda estrangeira para a quadrilha, sem envolvimento direto nas atividades criminosas. A PF nem indiciou a doleira no inquérito que investiga o bando.

A libertação de Sandra foi determinada pela juíza Maria Divina Vitória, plantonista da 11ª Vara. Para a juíza, não era mais necessária a prisão da empresária ¿ sócia dos restaurantes Satyricon e Capricciosa ¿ porque ela prestara os depoimentos necessários à investigação da PF.

Antônio Damaso autorizou a venda da Fazenda Quinta da Bicuda, no município de Varjão, a 62 quilômetros de Goiânia, ao Incra, desde que pelo preço de mercado. De acordo com corretores, a propriedade vale cerca de R$15 milhões. Damaso liberou também a venda das três mil cabeças de gado que estão na fazenda. O dinheiro arrecadado ficará bloqueado.

Sem-terra deixam fazenda de acusado em Goiás

Na manhã de sábado, as 862 família que ocupavam a fazenda desde o dia 27 de setembro saíram pacificamente da Quinta da Bicuda. Os sem-terra esperam agora que o Incra adquira a propriedade e faça dela um assentamento o mais breve possível. A fazenda foi seqüestrada pela Justiça, que decretou também o arresto de outros bens da quadrilha, entre eles apartamentos de luxo em bairros nobres do Rio de Janeiro, como a Barra da Tijuca, e 18 veículos importados avaliados em R$3 milhões. Os bens dos acusados estão avaliados em R$60 milhões.