Título: ENERGIA DE ITAIPU FICA 12% MAIS CARA POR CAUSA DA VALORIZAÇÃO DO REAL
Autor: Monica Tavares
Fonte: O Globo, 04/10/2005, Economia, p. 23

Impacto sobre a conta de luz será de até 2,9%, segundo cálculos da usina

BRASÍLIA. Devido à valorização do real frente ao dólar, a energia comprada pelas empresas brasileiras da usina hidrelétrica binacional de Itaipu está 12,1% mais cara. O impacto para os consumidores das 18 distribuidoras associadas só será conhecido na época do reajuste anual das concessionárias e dependerá da cotação da moeda americana naquele mês. O quilowatt passou de US$19,271 para US$21,5311. O aumento, homologado ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), é retroativo ao dia 1º de outubro e terá validade até 31 de dezembro de 2006.

A justificativa é que Itaipu tem receita em dólar e despesas em real, como salários e manutenção. Com a desvalorização da moeda americana em relação à brasileira, as despesas da usina aumentaram. A direção de Itaipu acredita que será pequeno o impacto sobre a conta de luz, porque o repasse não é integral. A usina calculou que o aumento máximo será de 2,9%. Isso porque os ganhos que as distribuidoras tiveram com a variação cambial em 2005 ¿ pois compravam energia de Itaipu em dólar e pagavam em reais ¿ serão descontados na próxima revisão tarifária das empresas.

No caso da Light, a data-base de reajuste é 7 de novembro e no da Ampla, 31 de dezembro. A energia de Itaipu representa cerca de 34,4% do total adquirido pelas 18 concessionárias cotistas. Cerca de 32% da energia comprada pela Light vêm de Itaipu. No caso da Ampla, o percentual é menor, em torno de 22%.

A assessoria da Ampla informou que a tarifa de energia da distribuidora somente será reajustada no fim de dezembro. O impacto para o consumidor vai depender da cotação do dólar. A distribuidora atende a 66 municípios do Rio. A Light informou apenas que ainda está fazendo seus cálculos.

Segundo a assessoria de Itaipu, o reajuste é para compensar as perdas causadas pelo câmbio e a inflação americana sobre as contas da usina. Itaipu, que vende sua energia em dólar, alega que a valorização do real de 17% (de R$3 para menos de R$2,30) teria reduzido a capacidade de pagamentos, que somam cerca de US$30 milhões.

Serviços postais estão, em média, 5,4% mais caros

Várias tarifas dos serviços postais estão em média 5,4% mais caras desde ontem. O último reajuste feito pelos Correios foi em 1º de outubro de 2004. Não vão aumentar as tarifas da carta não-comercial mais simples pessoa física (primeiro porte), que vai ficar em R$0,55, e a da carta social, de R$0,01.

A carta comercial mais simples pessoa jurídica (primeiro porte) subiu de R$0,80 para R$0,85, com uma variação de 6,2%, já incluídos Cofins e Pasep. O serviço de malotes terá um aumento menor, de 0,6%. Os serviços telegráficos nacionais foram reajustados em 5,6% e os internacionais, cerca de 6%.