Título: PRESOS DOENTES SÃO LEVADOS PARA HOSPITAL PENITENCIÁRIO
Autor: Crisiane de Cássia e Marcelo Dutra
Fonte: O Globo, 30/09/2005, Rio, p. 23

Todos os detentos da Polinter farão exames de sangue

Sete presos da carceragem da Polinter foram removidos na manhã de ontem para o hospital penitenciário do Complexo da Rua Frei Caneca. Eles tinham sido examinados anteontem, no primeiro dia de mutirão da Secretaria estadual de Saúde na carceragem. Como seus casos são os mais graves entre os cem examinados, foram removidos para atendimento. Ontem, no segundo dia de mutirão, médicos examinaram 70 detentos, mas nenhum apresentou problemas graves. As doenças de pele, como a sarna, são as mais comuns.

Do grupo de sete removidos, dois tinham sintomas de pneumonia ou tuberculose, um estava com suspeita de Aids, um apresentava problema cardíaco, um tinha uma bala alojada no crânio que afetava sua fala, um sofreu luxação devido a uma queda e um apresentava ferimento na mão causado por prego. Os dois suspeitos de tuberculose tiveram que ser transferidos para o Sanatório Penal, em Bangu, já que o aparelho de raio-X do hospital penitenciário está com defeito.

Segundo a Secretaria de Saúde, os exames clínicos devem prosseguir por dez dias. Ao fim deste período, será feito um diagnóstico da situação. A princípio, a secretaria prevê a realização de coleta de sangue em todos os 1.260 presos, além de exames de raio-X naqueles com problemas respiratórios. As radiografias serão feitas num caminhão que será colocado em frente à Polinter. A partir de agora, os funcionários da Polinter também terão à sua disposição o Hospital São Sebastião, no Caju, para exames laboratoriais.

Deputado diz que hospital penitenciário está lotado

O presidente da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa, Paulo Pinheiro, esteve ontem na Polinter. De lá, foi ao hospital penitenciário e constatou que existe um número de pacientes maior do que a capacidade: 138 internados para 80 leitos. Ele destacou a necessidade de exames laboratoriais em todos os presos e funcionários:

¿ Vamos acompanhar este mutirão de perto para que seja feito um diagnóstico da situação da Polinter. Os exames não podem ser apenas clínicos, é preciso fazer exames laboratoriais em todos os presos e funcionários. Não dá para saber se um preso tem Aids só olhando ¿ disse.

O deputado lembrou que é preciso acabar com a superlotação na carceragem para que os problemas de saúde sejam controlados, transferindo presos, principalmente os condenados, que hoje são 241. Paulo Pinheiro enviou ontem ofício ao secretário de Saúde, Gilson Cantarino, cobrando providências.