Título: NEGÓCIOS FEITOS À MESA DE POLOLI
Autor:
Fonte: O Globo, 01/10/2005, Esportes, p. 43

Preso, mesário paulista seria o elo entre juízes e apostadores

SÃO PAULO. Apontado como intermediário entre árbitros e apostadores ligados à máfia do apito, o mesário da Associação de Árbitros de Piracicaba e Região, Wanderlei Pololi, foi preso ontem pela Polícia Federal de São Paulo. Levado para a carceragem da custódia da PF, Pololi negou envolvimento.

¿ Não entendo por que meu nome foi parar nesse mar de lama ¿ disse, ainda algemado, em Piracicaba, onde foi preso.

Ele é apontado por Paulo José Danelon como aliciador no esquema de suborno a juízes para manipular resultados. Danelon foi afastado anteontem do cargo de presidente da Associação de Árbitros de Piracicaba. No último dia 5, porém, chegou a formar o mesário como árbitro da entidade. O depoimento de Pololi ao Ministério Público será segunda-feira. Aos promotores, Danelon detalhou a atuação de Pololi: ¿Ele (Pololi) contava várias histórias dizendo que trabalhou na Federação Paulista e conheceu muitos árbitros corruptos. E que, inclusive, levava envelopes da escala com resultados prontos para esses árbitros corruptos¿.

Segundo Danelon, que depôs com o benefício da delação premiada, Pololi teria dito que também encaminhava documentos de jogadores para o exterior, ¿sendo pessoa de confiança da Federação Paulista¿.

O Ministério Público investiga que tipo de relação Pololi mantinha com Nagib Fayad, empresário que admitiu fazer parte do esquema. Escutas telefônicas realizadas pelo MP com autorização judicial mostram conversas entre Fayad e Edilson Carvalho. Nelas, os dois discutiam como deveria ser a atuação do árbitro em determinados jogos e os valores negociados. Na próxima semana, a PF e os promotores ouvirão o árbitro Romildo Correa, também citado por Danelon. Procurado por Pololi, Correia não teria aceito participar da máfia do apito. O árbitro Edilson de Carvalho passou o dia em casa, em Jacareí, interior paulista.