Título: Anaconda, Praga...
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Fonte: O Globo, 05/11/2004, O país, p. 12

A Polícia Federal tem feito uma série de operações contra a corrupção, todas elas batizadas pelos próprios agentes. Antes da Pororoca, já aconteceram:

ANACONDA: Oito pessoas foram presas sob a acusação de pertencer a uma quadrilha especializada em vender decisões judiciais. Entre os acusados estão três juízes federais, um subprocurador da República, dois delegados federais, uma auditora da Receita Federal e dois advogados.

VAMPIRO: Teve 17 presos e 20 denunciados à Justiça Federal sob a acusação de fraudar licitações de compra de derivados de sangue e outros produtos no Ministério da Saúde.

PRAGA DO EGITO: Os 53 presos foram acusados de receber salários em nome de servidores públicos contratados irregularmente pelo governo de Roraima. Entre os acusados estão o governador Flamarion Portela e o ex-governador Neudo Campos.

ALBATROZ: O desvio de R$ 500 milhões em fraudes em licitações no governo do Amazonas levou 20 pessoas à prisão, entre elas o deputado estadual Antônio Cordeiro, o ex-presidente da Comissão Geral de Licitação do governo estadual João Gomes Vilela e o ex-secretário estadual de Fazenda Alfredo Paes dos Santos.

SUCURI: A polícia prendeu 45 pessoas, entre elas 23 policiais federais lotados em Foz do Iguaçu, acusadas de cobrar propina para facilitar o contrabando.

TRÂNSITO LIVRE: Foram 55 presos, a maioria policiais rodoviários federais, acusados de receber propina para facilitar a volta de sacoleiros do Paraguai.

FAROL DA COLINA: Um grupo de 123 doleiros e empresários foi acusado de envolvimento num esquema internacional de lavagem de dinheiro. No total, 62 pessoas foram presas.

MATUSALÉM: A investigação levou à prisão de 13 pessoas. Outras 16 foram denunciadas à Justiça sob a acusação de superfaturar devoluções de recursos do INSS para prefeituras do Amazonas.

MAMORÉ: Os 20 presos são acusados de fraudar licitações em Rondônia. Entre eles está o ex-senador Ernandes Amorim.

SHOGUN: Foram dois presos, o empresário Law Kin Chong e o advogado Pedro Lindolfo. Chong é acusado de comandar poderoso esquema de contrabando, que teria a participação de policiais, juízes, procuradores e políticos.