Título: Força-tarefa vai investigar fundos de pensão
Autor: Bernardo de la Peña
Fonte: O Globo, 06/10/2005, O País, p. 5

Objetivo é analisar operações em títulos pós-fixados e investimentos nos bancos BMG e Rural e em 11 corretoras

BRASÍLIA. A CPI dos Correios vai montar uma força-tarefa com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central, a Secretaria de Previdência Complementar (SPC) e a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) para investigar as operações feitas por fundos de pensão que estão sob suspeita na comissão. A ação foi articulada pelo deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), subrelator designado para tratar do assunto, e pelo presidente da CPI, Delcídio Amaral (PT-MS).

A proposta é que os técnicos atuem como uma força auxiliar de investigação, trabalhando em conjunto com os auditores que já atuam na CPI e com a consultoria que deve ser contratada pelo Senado para ajudar a analisar os dados. No caso dos fundos, deve ser formado um consórcio entre as empresas de auditoria Moore Stephens e Villas Rodil, que já conversaram com os parlamentares.

Os alvos da CPI são as operações feitas por dez fundos de pensão ligados a estatais com títulos pós-fixados, os investimentos feitos nos bancos BMG e Rural e os realizados com as 11 corretoras que tiveram o sigilo bancário quebrado na terça-feira pela CPI. A vantagem da força-tarefa é que, além do resultado da quebra de sigilo e das informações enviadas pelo Ministério da Previdência, as investigações poderão contar com os procedimentos administrativos já instaurados pela CVM, pela SPC e pela BM&F para apurar supostas irregularidades cometidas pelos fundos.

Enquanto parlamentares da comissão discordam da importância da contratação de uma empresa de auditoria para auxiliar os trabalhos da comissão, a CPI também enfrenta dificuldade para contratar uma empresa. Os parlamentares já se reuniram com representantes das auditorias da PriceWaterhouse, da KPMG e da Boucinhas & Campos, mas as empresas teriam impedimentos por já trabalhar para os envolvidos nas investigações. No fim do dia, entretanto, a comissão iniciou entendimentos com a Ernest & Young.