Título: Sondagem da FGV revela consumidor mais otimista com economia do país
Autor: Ledice Araújo
Fonte: O Globo, 05/11/2004, Economia, p. 28

Aos poucos, o consumidor vem se tornando mais otimista quanto ao crescimento econômico do país. De setembro para outubro, o índice dos que apostam na melhoria da situação nos próximos seis meses subiu de 44,6% para 45,8%. Já a parcela dos mais pessimistas recuou de 13,2% para 9,9%. O saldo de 35,9% (diferença entre otimistas e pessimistas) significou o melhor resultado desde janeiro deste ano, segundo a 11 Sondagem de Expectativas do Consumidor, divulgada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A confiança do consumidor nos próximos meses aumentou pelo quarto mês consecutivo. O saldo é bem superior ao de outubro de 2002 (22,5%), porém ficou abaixo do registrado em 2003 (39,1%), quando a economia ensaiava os passos para sair de um período recessivo.

Confiança aumenta, mas sem euforia

Para o economista Aloísio Campelo, coordenador do setor de pesquisas da Fundação, os resultados da sondagem indicam a disseminação gradativa do otimismo da população, mas sem euforia.

¿ Este sentimento está avançando, o que representa um fato interessante para um país que deve crescer de forma sustentada ¿ disse Campelo.

Esta posição mais cautelosa dos 1.444 chefes de domicílios, entrevistados entre os dias 5 e 20 de outubro, fica evidente nas respostas ao quesito sobre a situação do país em relação aos seis meses anteriores. A parcela dos que consideram a quadro econômico melhor do que há seis meses recuou de 18,6% para 17,2%. Mas, como ponto positivo, o índice dos que avaliam que a situação piorou caiu de 22,1% para 21,4% de um mês para o outro.

¿ O sentimento de recuperação da confiança avança, mas em ritmo menos intenso. Houve um arrefecimento, mas não isso não representa uma inversão de tendência.

O saldo das expectativas sobre a situação das famílias também é positivo. A pesquisa mostrou que 50,4% acreditam que o quadro vai melhorar, contra os 48,5% registrados em setembro. Os índices ficam acima dos apurados em 2003 (50,4%) e 2002 (43,5%). No quadro de trabalho, o consumidor acredita que as condições para conseguir trabalho serão mais fáceis nos próximos seis mese: 15% apostaram neste quadro, contra 14,9% no mês anterior e 14,2% em outubro de 2003.