Título: GASOLINA E ALIMENTOS PUXAM INFLAÇÃO EM SP
Autor: Ana Cecília Santos/Carolina Brígido
Fonte: O Globo, 06/10/2005, Economia, p. 23

IPC da Fipe teve alta de 0,44% em setembro. Índice deve ficar em 0,50% este mês

SÃO PAULO. A alta da gasolina e a recuperação nos preços dos alimentos fizeram a inflação subir no mês passado em São Paulo. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fipe, registrou alta de 0,44% em setembro, após deflação de 0,20% em agosto. Trata-se da maior taxa desde abril, quando o IPC teve alta de 0,83%.

- Estamos vivendo ainda um momento de inflações baixas por causa de um período de choque favorável de oferta de alimentos - afirmou o coordenador do IPC da Fipe, Paulo Picchetti, referindo-se à queda nos preços dos alimentos, que desde julho vem contribuindo para manter o IPC baixo.

O grupo alimentação registrou deflação em setembro, de 0,13%, bem abaixo da queda de 1,21% no mês anterior. Agosto, aliás, segundo Picchetti, foi o mês com maior queda nos preços dos alimentos desde 1999. Esse efeito favorável, contudo, está no fim.

Segundo o coordenador da Fipe, a recuperação nos preços dos alimentos já se reflete no índice de dispersão do IPC. Em julho, 40% dos 525 itens cujos preços são pesquisados pela Fipe estavam em alta. Agora, são 60%, graças aos alimentos.

O reajuste de 10% autorizado pela Petrobras nos preços da gasolina fez do combustível o item de maior peso no IPC: 0,16 ponto percentual. O grupo transportes foi o que mais subiu, 1,51%. O preço do frango, que aumentou 9,47%, teve o segundo maior peso no IPC (0,08 ponto), seguido dos planos de saúde, com alta de 2,3% e contribuição de 0,07 ponto. Os combustíveis devem continuar influenciando o IPC deste mês: da alta esperada de 0,50%, 0,2 ponto percentual virá dos efeitos desse reajuste nos preços de outros produtos.

- Em novembro e dezembro há os reajustes nos preços dos cigarros e das viagens - diz Picchetti, que espera variação de 5% no ano. (Ronaldo D'Ercole)