Título: FMI DIZ QUE BRASIL TEM DE CRESCER MAIS
Autor: Eliane Oliveira
Fonte: O Globo, 06/10/2005, Economia, p. 24

Para o Fundo, esse seria o caminho para reduzir pobreza no país

BRASÍLIA. O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) que está no Brasil, Charles Collyns, elogiou ontem a condução da política econômica e os indicadores da economia brasileira. Ele destacou que a inflação está em queda, as exportações continuam com bom desempenho, assim como as contas externas, e que está havendo progresso na estruturação da dívida do setor público. No entanto, para Collyns, o Brasil terá que crescer mais do que 3,5% ao ano para que possa reduzir problemas crônicos, como a pobreza.

- É importante que o Brasil mantenha um ritmo de crescimento a médio prazo. Esperamos que o Brasil possa crescer mais rápido a cada ano. É importante para que o país possa baixar os níveis de pobreza - disse ele, ao deixar o Ministério da Fazenda.

Para Collyns, o desempenho da economia é resultado da prudência do governo na manutenção da política econômica e do êxito do Banco Central (BC). Ele destacou, ainda, que o governo está fazendo um bom trabalho para reduzir a parcela da dívida pública indexada ao dólar. Ontem, a equipe do Fundo também esteve reunida com o presidente do BC, Henrique Meirelles, e outros diretores da instituição.

Os técnicos do FMI estão realizando nesta semana a primeira missão para avaliar a economia brasileira após o fim do acordo do governo com a instituição, em março passado. O Brasil continuará a receber duas vezes por ano as missões técnicas do FMI, porque mantém um volume de empréstimos acima de sua cota na instituição.

O governo ainda tem US$15,5 bilhões, dos quais US$7 bilhões devem ser quitados em 2006 e o restante, em 2008. Nestes encontros, os técnicos avaliam sobretudo as contas públicas.O ano de 2005 é o primeiro desde 1998 que o governo não terá metas formais com o FMI para o ajuste fiscal. (Geralda Doca