Título: RENÚNCIA VAI FACILITAR AS INVESTIGAÇÕES DA PF
Autor: Ilimar Franco/Gerson Camarotti
Fonte: O Globo, 08/10/2005, O País, p. 5

BRASÍLIA. A renúncia cogitada por parlamentares envolvidos no escândalo do mensalão pode amenizar a punição política, mas não os livra de responsabilidades criminais. Para a Polícia Federal, a manobra que alguns deputados estariam preparando para escapar da cassação e da perda de direitos políticos facilitará as investigações em curso no inquérito do mensalão. Caso se concretize a renúncia, pode haver desmembramento do inquérito do mensalão em investigações específicas para cada um dos acusados.

- Se eles renunciarem vai ficar até melhor. Vamos abrir vários inquéritos a partir do inquérito do mensalão e, em cinco meses, poderemos esclarecer a situação de uma vez por todas - afirmou um dos delegados responsáveis pela investigação.

Hoje, o inquérito do mensalão está sob o comando do Supremo Tribunal Federal (STF). A maioria dos acusados é parlamentar, com direito a foro privilegiado. Se os deputados acusados de receber repasses do caixa dois do PT renunciarem, o inquérito volta à primeira instância do Judiciário, e a PF retoma o controle das investigações.

- A Justiça de primeira instância é mais ágil e mais dura. Foi um juíza de primeira instância que decretou a prisão do ex-prefeito Paulo Maluf - lembrou um delegado da cúpula da PF.

Um dos primeiros inquéritos seria o de Roberto Jefferson

Em alguns casos, a PF entende que poderia abrir e em poucos dias relatar os inquéritos ao Ministério Público denunciar os acusados à Justiça. Um dos primeiros seria o do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).