Título: POLICIAL FEDERAL CONFESSA CRIME E ACUSA COLEGA
Autor: Ana Claudia , Antonio Werneck e Celia Costa
Fonte: O Globo, 12/10/2005, Rio, p. 21
Assassinato ocorreu em março na Barra
Identificado nas imagens de uma câmera de um centro empresarial na Barra como cúmplice do agente federal Marcos Paulo da Silva Rocha no assassinato de dois homens em março, o policial federal Fábio Kair detalhou, em depoimento à Justiça federal, as circunstâncias do crime. Segundo Fábio, Rocha soube que dois agiotas, os irmãos Leandro e Leonardo, donos de uma loja de artigos de couro na Penha, registraram na 16ª DP (Barra) o furto de R$5 milhões em cheques. Ainda de acordo com o depoimento, Rocha soube que um doleiro do Recreio depositara um dos cheques e procurou os irmãos, oferecendo ajuda em troca de recompensa.
Na versão de Fábio, o doleiro disse a Rocha que recebera o cheque de um integrante de uma ONG. Rocha, Fábio e outro agente, Sérgio, teriam chegado ao homem, que, por sua vez, informou ter recebido o cheque de duas pessoas que trabalhavam no Centro. Após um telefonema, o homem, Pedro, contou aos agentes ter recebido o cheque de um conhecido chamado Marcelu, ou Marcelus, que era seu credor. Depois um telefonema, Pedro e Marcelus marcaram o encontro em frente ao Rio Office, na Barra. Rocha e Fábio foram até o local num Corsa da PF. Viram os dois conversarem e depois abordaram Marcelus em seu carro, onde estava outro homem. Houve discussão, Rocha exigiu os cheques, enquanto Marcelus dizia que ¿não sabia de cheque nenhum¿. Rocha, então, sacou uma pistola e matou os dois. Mesmo não tendo recuperado todos os cheques, Rocha cobrou a recompensa e conseguiu R$6 mil, dividindo-os com Fábio. Dias depois, cobrou mais dinheiro, tendo recebido R$1 mil e um Vectra azul.