Título: MALAN: BERZOINI É LEVIANO E IRRESPONSÁVEL
Autor: Carolina Brígido, Isabel Braga e Lydia Medeiros
Fonte: O Globo, 15/10/2005, O País, p. 12
Ex-ministro afirma que vai processar o presidente eleito do PT
BRASÍLIA. O ex-ministro da Fazenda Pedro Malan afirmou ontem que o recém-eleito presidente do PT, Ricardo Berzoini, mantém a tradição de leviandade e irresponsabilidade que marca o comportamento de certos políticos quando perdem a compostura. Malan ficou irritado com as afirmações feitas anteontem por Berzoini, que disse ser no mínimo estranho Malan, quando ministro, ter aprovado a venda do Banco Nacional para o Unibanco e hoje presidir o Conselho de Administração do banco.
Em nota, Malan disse que sobre suas ações como ministro da Fazenda sempre esteve à disposição para dar explicações públicas e que, hoje, não é ele quem deve explicações à sociedade. O ex-ministro afirmou ainda que tomará medidas judiciais contra Berzoini.
¿ Não reconheço no senhor Berzoini autoridade para me dar lições de ética, ou estatura para me dar lições de moral. Seu comentário a meu respeito apenas mantém a tradição de leviandade, irresponsabilidade e gratuita ofensa pessoal que marca o comportamento de certas figuras do mundo da política brasileira quando perdem a compostura ¿ reagiu Malan.
Fruet também chamou Berzoini de covarde
Na quinta-feira, o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) chamou Berzoini de covarde, em uma nota, por este ter insinuado que a CPI do Proer presidida pelo tucano durante o governo Fernando Henrique foi chapa-branca. Foi ao responder à nota de Fruet que Berzoini centrou fogo em cima de Malan: ¿Na época não se sabia mas, hoje, o então ministro da Fazenda se tornou presidente do Conselho de Administração do Unibanco. É no mínimo estranho que alguém que aprovou a venda se torne depois presidente da instituição¿, disse Berzoini.
¿ Sobre minhas ações como ministro da Fazenda, sempre estive à disposição para explicá-las publicamente, como atestam dezenas de longas sessões, abertas à imprensa, no Congresso Nacional, muitas com a presença do então deputado Berzoini. Mas há um divisor de águas entre minha vida pública de então e minha vida privada de agora. Sobre esta última, hoje, não vejo razão para me explicar, em particular a uma pessoa como o senhor Berzoini. Não sou eu quem hoje deve explicações à opinião pública brasileira. E o senhor Berzoini sabe muito bem disto. Como deve saber, agora, que contra ele adotarei todas as medidas judiciais cabíveis ¿ respondeu o ex-ministro.