Título: O `PIANISTA¿ BORBA
Autor: Evandro Éboli
Fonte: O Globo, 18/10/2005, O País, p. 8

Voto por outro rendeu processo em 98

BRASÍLIA. O peemedebista José Borba (PR), que ontem renunciou ao mandato, enfrentou, em 1998, um processo por acusação de ¿pianismo¿ ¿ ato de votar por outra pessoa ausente do plenário durante uma votação. Durante votação da reforma da Previdência, no dia 18 de março de 1998, Borba, então filiado ao PTB, foi flagrado votando quatro vezes pelo deputado Valdomiro Merger (PFL-PR).

Borba escapou da pena de cassação do mandato. Recebeu apenas suspensão de um mês.

Na época, ele admitiu o erro e comoveu os demais colegas. A acusação de ¿pianismo¿, no entanto, não evitou que ele fosse eleito por aclamação o líder do PMDB em 2004.

Borba estava em seu terceiro mandato como deputado federal. Começou a carreira política como vereador e depois prefeito da cidade de Jandaia do Sul (PR), eleito pelo PMDB. Filiou-se ao PTB e elegeu-se pelo partido em 1994. Em 1998, conseguiu eleger-se novamente pelo PTB, com 48 mil votos, mas em 1999 voltou para o PMDB. Em 2002 teve 105 mil votos.

Quando surgiram as denúncias do esquema de pagamento do mensalão, Borba apareceu na lista da portaria do Brasília Shopping, entre as pessoas que foram à agência do Banco Rural. Esse fato o levou a renunciar à liderança. Sua situação se complicou depois que Marcos Valério afirmou que ele sacara R$2,1 milhões das suas contas. Borba negou os saques e foi o primeiro a dar sinais de que renunciaria ao mandato.

Em sua vaga assumiria como suplente o ex-ministro Reinhold Stephanes, que já avisou ter a intenção de permanecer como secretário de Planejamento do governo do Paraná. O segundo suplente é Cláudio Rorato (PMDB-PR), ex-prefeito de Foz do Iguaçu.