Título: DÓLAR FECHA EM ALTA DE 0,40%
Autor: Patricia Eloy e Ronaldo D'Ercole
Fonte: O Globo, 20/10/2005, Economia, p. 25
Mercado tem dia de nervosismo, atento à economia americana
RIO e SÃO PAULO. No dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), as preocupações com a economia americana continuaram a ditar os rumos do mercado financeiro brasileiro. Após fortes oscilações durante os negócios ¿ especialmente na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ¿ o dólar fechou em alta de 0,40%, a R$2,25, e o risco-país caiu 2,39%, para 368 pontos centesimais. Pela manhã, os temores de uma alta mais forte nas taxas de juros dos EUA para conter a inflação mantiveram o pessimismo dos investidores. A Bolsa chegou a cair 1,5% e o risco ¿ indicador da confiança dos estrangeiros ¿ subiu mais de 2%.
O mercado não recebeu bem as declarações de membros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de que os juros devem continuar a subir devido ao peso dos altos custos da energia sobre os núcleos da inflação americana. À tarde, porém, o Livro Bege ¿ um relatório do Fed sobre a economia dos EUA ¿ tranqüilizou os investidores, pois mostrou que o país cresceu entre setembro e outubro. A Bolsa, que caía 0,40%, logo passou a subir, para fechar em alta de 0,79%, após oscilar mil pontos da mínima à máxima do dia.
O Banco Central (BC) voltou a comprar dólares no mercado ¿ a R$2,254 ¿ mas não chegou a influenciar as cotações. Foi o 11º leilão de compra de moeda.
Moody¿s: Brasil tem longo caminho até grau de investimento
O Brasil ainda tem pela frente um longo caminho para tornar-se um dos países cujas economias são consideradas de baixíssimo risco pelos investidores. E a receita para alcançar tal condição (na definição das agências, grau de investimento) consiste em avançar nas atuais políticas fiscal, monetária e de expansão dos negócios no comércio internacional. A avaliação é do vice-presidente sênior da área de crédito da Moody¿s, Mauro Leos, que participou do seminário anual da agência no Brasil ontem em São Paulo. Na semana passada, a Moody¿s elevou a nota de crédito dos títulos da dívida brasileira de B1 para Ba3, o que colocou o país três níveis abaixo do grau de investimento.
Ontem, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suspendeu as operações da corretora paulista Intrade Informações, que atua no mercado de derivativos de câmbio (o chamado Forex). Segundo Roberto Tadeu Fernandes, superintendente-geral da CVM, a empresa não tinha registro junto à autarquia para atuar na intermediação de operações e na análise de investimentos. A CVM abrirá inquérito para apurar se há outras irregularidades.