Título: CAI 'MORTALIDADE' ENTRE AS PEQUENAS EMPRESAS
Autor: Ronaldo D"Ercole
Fonte: O Globo, 21/10/2005, Economia, p. 27

Sebrae diz que, em SP, recuou de 71% para 56% o número de firmas que fecham antes de completar 5 anos

SÃO PAULO. Diminuiu o número de micro e pequenas empresas que fecham suas portas antes de completar cinco anos em São Paulo. Pesquisa do Sebrae-SP mostra que a taxa de mortalidade desses empreendimentos no estado caiu de 71%, em 2000, para 56% no ano passado. Enquanto no início da década cerca 91 mil empreendimentos de pequeno porte fechavam suas portas antes de completar cinco anos, hoje o número de negócios que naufragam nesse período gira em torno de 72 mil.

O recuo na taxa coloca São Paulo num patamar próximo ao de países como Portugal, França e Inglaterra, onde os índices de mortalidade de micro e pequenos empreendimentos são de 53%, 52% e 53%, respectivamente. O Brasil, no entanto, ainda está distante do desempenho registrado na Alemanha, cuja taxa é de 37%, a menor do mundo.

Elaborada a partir de rastreamento feito pelo Sebrae-SP, desde 1999, dos registros das empresas na Junta Comercial, a pesquisa de Sobrevivência e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas mostra ainda uma redução no número de negócios que fecham logo no primeiro ano de vida: de 32% entre 2000 e 2001 para 29% no período 2004/2005.

- A redução da mortalidade é positiva, mas não há muito a festejar, porque ainda mais da metade das empresas fecham em menos de cinco anos - disse o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-SP, Paulo Skaf.

Empresas que buscam apoio quebram menos

O número de fechamentos de negócios também vem caindo entre o terceiro e o quinto anos, fenômeno evidenciado pela relativa estabilidade nas taxas de mortalidade nessa fase dos empreendimentos.

Em 2000, as taxas de mortalidade do terceiro para o quarto, e deste para o quinto ano subiam de 56% a 63%, e para 71%. Atualmente, o índice sai de 53%, no terceiro ano, para 56% no quarto, e permanece inalterado no quinto anos de atividade do negócio.

A falta de planejamento continua sendo o principal motivo para o fracasso dos micro e pequenos empreendimentos: 55% dos empresários que fecharam suas empresas antes de cinco anos o fizeram por problemas de planejamento e de administração.

A pesquisa revela ainda que o índice de sobrevivência aumenta significativamente entre as empresas que buscam ajuda das entidades de apoio ao setor. Entre os 3.453 empresários entrevistados, quando se toma aquelas que são clientes do Sebrae, as taxas de mortalidade do terceiro ao quinto ano são de 25%, 26% e 30%, contra 53%, 56% e 56% do índice geral.

Inclui quadro: "Conheça os números" [gráfico com taxa de mortalidade das empresas em SP, de 2000 a 2005]