Título: PASSAGEM AÉREA SOBE EM MÉDIA 3,3%
Autor: Vagner Ricardo e Geralda Doca
Fonte: O Globo, 25/10/2005, Economia, p. 25

Na Varig, ponte Rio-São Paulo fica 15% mais cara. TAM e Gol também reajustam

RIO e BRASÍLIA. Duas semanas depois de serem reajustados, os preços das passagens aéreas domésticas tiveram uma alta de mais 3,3%. Os novos preços anunciados por Varig, TAM e Gol valem a partir de hoje. O reajuste é o terceiro das passagens aéreas este ano. O primeiro, de 10%, foi em agosto; e o segundo, de 15% em média, há 15 dias.

Mais uma vez, as companhias aéreas apontaram o encarecimento do querosene de aviação (QAV), combustível usado nas aeronaves, como o principal motivo para a nova rodada de aumentos. No último dia 15, a Petrobras reajustou o preço do QAV em 10%. A alta neste ano é de 56,28%.

A Varig reajustou a tabela dos vôos domésticos em 3,26%, em média. Ainda segundo a assessoria de imprensa da companhia, os preços promocionais na ponte aérea Rio-São Paulo ¿ a rota mais lucrativa das empresas do setor ¿ subiram 15%. Nos vôos internacionais, as tarifas não serão alteradas porque estão atreladas à variação do dólar. No dia 11, a Varig havia elevado em 15,2% os preços dos vôos nacionais, incluindo a ponte aérea.

Na TAM, o reajuste, desta vez de 3,31% aplicados sobre a tarifa cheia, faz o preço da passagem de ida e volta na ponte aérea Rio-São Paulo custar R$527 a partir de hoje. No último dia 11, a passagem subira 14,9% em todos os vôos domésticos¿ menos para a ponte aérea.

Na Gol, o aumento foi de 3,33%. Antes, o reajuste médio de 15% atingira todas as rotas domésticas da empresa, incluindo a ponte aérea.

Analista do setor aéreo da consultoria Pentágono, Marcelo Ribeiro disse que a tendência é que os preços das passagens aéreas se estabilizem agora. Ele explicou que o preço do barril do petróleo, que chegou a custar cerca de US$70 após o furação Katrina e puxou a cotação do QAV, está agora abaixo de US$60, o que deve dar estabilidade aos custos operacionais das companhias aéreas.

O especialista também lembra que a demanda por passagens aéreas dá sinais de queda nos próximos meses, o que deve inibir novos reajustes. E a Varig, se for capitalizada, pode acirrar a disputa no setor e evitar preços mais salgados, concluiu Ribeiro.