Título: Saiba mais sobre as fraudes
Autor: Alessandro Soler, Ana Claudia Costa, Antônio Werne
Fonte: O Globo, 09/11/2004, Rio, p. 14

As quadrilhas que atuam no setor de combustíveis adotam algumas práticas que têm como objetivo sonegar impostos, principalmente ICMS, e com isso faturar milhões de reais. O Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom) estima que sejam sonegados cerca de R$ 3 bilhões por ano. Para a Polícia Federal, o país perde R$ 5 bilhões com a adulteração de combustíveis e a sonegação. Há duas modalidades básicas de fraude:

Adulteração de combustíveis: Em geral, costuma-se adicionar mais de 25% de álcool à gasolina (nível máximo autorizado por lei). Ou então são adicionados solventes. Esses dois produtos têm uma carga de impostos menor. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) já encontrou gasolina com até 90% de álcool.

Sonegação simples: Existem quadrilhas que vendem o produto sem adulteração, mas com sonegação de impostos. Uma das práticas, por exemplo, é comprar álcool em São Paulo, onde a alíquota do ICMS é de 12%, e trazê-lo para o Rio, sem pagar o imposto local. No caso da gasolina, as quadrilhas compram o produto em São Paulo, Minas Gerais e no Espírito Santo, onde a alíquota do ICMS é de 25%, e o transportam para ser vendido no Rio, sem o pagamento do imposto no estado. Essa prática é uma das mais comuns, já que a alíquota do ICMS da gasolina no Rio é a maior do país: 31%.