Título: Relembre outras ações da polícia
Autor: Alessandro Soler, Ana Claudia Costa, Antônio Werne
Fonte: O Globo, 09/11/2004, Rio, p. 14

Não é a primeira vez que uma quadrilha especializada em fraudes em gasolina fica na mira da polícia. Em março deste ano, 15 acusados de integrarem uma rede nacional de adulteração de combustíveis e sonegação foram presos numa ação da Polícia Federal em seis estados. Entre os capturados estavam empresários do setor, policiais rodoviários federais, policiais civis, fiscais da Receita estadual do Rio e até um funcionário da Agência Nacional de Petróleo (ANP). A operação, batizada de 1.203 ¿ código internacional para designar a gasolina ¿ foi resultado de denúncias do Ministério Público federal e do rastreamento de 30 mil ligações telefônicas.

O empresário Antônio Carlos Chebabe foi preso em Campos. Ele era dono de uma distribuidora de combustíveis e de uma transportadora, controlando ainda outras empresas, com negócios inclusive no Paraguai. Também foram detidos o patrulheiro rodoviário Antônio César Goldin e o fiscal da ANP Carlos Alberto Halsemamann, acusados de facilitar o esquema da fraude.

Em julho, policiais da Draco interditaram uma distribuidora de combustível em Duque de Caxias. Somente devido às fraudes praticadas pela Oásis Distribuidora de Petróleo Ltda, os policiais estimaram que o estado deixou de receber mais de R$ 1,4 milhão de ICMS. Na empresa, foram apreendidas cinco mil notas fiscais em branco. A suspeita era de que a Oásis vendesse notas a postos que compravam gasolina adulterada. No mesmo mês, a Polícia Federal interditou um depósito clandestino de combustível da Lughar Óleo, em Barra Mansa.

Em julho de 2001, numa iniciativa conjunta com auditores da Receita Federal, agentes da Polícia Federal desencadearam no Rio a Operação Ouro Negro. O objetivo foi combater a máfia do óleo que atuava no roubo e na adulteração de combustível e seria responsável por dezenas de assassinatos. Oito pessoas foram presas.