Título: CARNE BOVINA SOBE 3,98% NO ATACADO E PRESSIONA O IGP-M EM OUTUBRO
Autor: Luciana Rodrigues
Fonte: O Globo, 28/10/2005, Economia, p. 24

Após cinco quedas, inflação fica em 0,60% com reajuste de combustíveis

Os focos de febre aftosa já pressionam a inflação no país. Os preços dos bovinos subiram 3,98% no atacado entre o fim de setembro e o último dia 20, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). No varejo, as carnes bovinas tiveram alta de 3,26% no IGP-M de outubro, divulgado ontem, contra uma queda de 0,51% em setembro.

O grupo de bovinos e os combustíveis, que foram reajustados em setembro, responderam por dois terços da variação de 0,60% no IGP-M. Essa alta interrompeu uma seqüência de cinco deflações (queda no índice) seguidas do IGP-M.

Frango sobe 5,05% no varejo com aftosa e gripe aviária

Apesar das altas recentes, os analistas esperam que, a médio prazo, a maior oferta de carne no mercado doméstico - já que muitos importadores suspenderam suas compras do Brasil - derrube os preços. Segundo Salomão Quadros, da FGV, os preços subiram nas últimas semanas porque houve uma desorganização do mercado, com barreiras nas fronteiras entre os estados e com algumas praças suspendendo seus negócios.

Foi o caso de Mato Grosso do Sul, onde nos últimos seis dias não houve sequer cotação para a arroba do boi gordo. A FGV apura os preços a cada dois dias e já detectou que, após subirem com força, as cotações agora se mantêm estáveis. Na região do Triângulo Mineiro, a arroba custava R$46 até 19 de setembro, subiu para R$54 e, nos últimos dias, tem mantido esse preço.

- A tendência agora é de recuo - disse Quadros.

Mas, até lá, o consumidor encontrará preços mais altos não apenas de carnes bovinas como de aves. Com os preços dos bovinos subindo, cresceu a procura por frango, cujo preço teve alta de 5,05% no varejo, segundo o IGP-M.

- E a gripe aviária levou a uma valorização da ave brasileira no mercado externo - completou Quadros.