Título: Polícia reforça o patrulhamento na favela
Autor: Ana Cláudia Costa e Marcella Sobral
Fonte: O Globo, 01/11/2005, Rio, p. 15

Mais 150 homens darão segurança aos moradores da comunidade e aos motoristas que passam pela Lagoa-Barra

O comandante da Polícia Militar, coronel Hudson de Aguiar, anunciou no início da tarde de ontem um reforço do patrulhamento na Favela da Rocinha, com 150 PMs, inclusive do Batalhão de Choque. Segundo o coronel, o efetivo ficará na Rocinha para dar segurança aos moradores e a quem passar pela Auto-Estrada Lagoa-Barra:

¿ Vamos fazer um anel de segurança no entorno da Rocinha e do Vidigal para dar proteção aos moradores. Com a morte desse traficante, eu não descarto uma invasão de grupos rivais. Por isso, vamos reforçar o patrulhamento.

Pela manhã, no entanto, apenas três carros da Polícia Militar faziam patrulhamento na área da Rocinha. Um deles estava na entrada do Túnel Zuzu Angel, na Gávea, outro na saída, em São Conrado, e outro num acesso à favela. À tarde, porém, o policiamento foi reforçado. O comandante do 23º BPM (Leblon), coronel Norberto Mendes, disse que no sábado, quando houve pânico no Zuzu Angel ¿ motoristas ouviram barulho de tiros e fogos de artifício ¿ o patrulhamento era satisfatório. O reforço no policiamento naquela hora, porém, era de apenas 15 homens.

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Apesar do reforço anunciado, os motoristas que precisam passar todos os dias pelo túnel estão apreensivos.

¿ Você não pode mais cruzar o túnel à noite. Fico preocupada com o meu filho e com o meu sobrinho que circulam de madrugada. Sempre ligo avisando para não passarem pelo túnel naquela hora ¿ diz uma moradora de São Conrado, que pediu para não ser identificada.

No primeiro dia útil depois do fim de semana de caos na Rocinha, a Associação Comercial e Industrial da Barra (Acibarra) registrou uma queda no movimento entre 20% e 30%. José Maria Herdy de Barros, diretor da Acibarra, atribui a queda nos negócios ao feriado do servidor público, mas admite que a falta de segurança também tem influência no índice:

¿ A falta de segurança se reflete em tudo. O carioca está em pânico, fica todo mundo correndo sem nem mesmo saber do quê ¿ disse José Maria Herdy de Barros.