Título: No Japão, mudança à vista
Autor: Priscila Guilayn
Fonte: O Globo, 01/11/2005, O Mundo, p. 30

TÓQUIO. O Japão já deu sinais de que poderá mudar a lei para que mulheres possam assumir o trono no país. Terça-feira passada, depois de estudar o assunto, a comissão do governo para assuntos de sucessão recomendou a mudança nessa tradição de séculos, o que resolveria uma crise nacional. Aos 71 anos, o imperador Akihito tem dois filhos, mas apenas uma neta, a princesa Aiko, de 3 anos.

Se a recomendação da comissão resultar numa lei, Aiko se tornará a primeira imperatriz reinante japonesa desde o século XVIII. Pesquisas mostram que 84% dos japoneses aprovam a mudança, que traria também um alívio para a mãe de Aiko, a princesa Masako. Aos 41 anos, casada com o príncipe herdeiro, Naruhito, a ex-diplomata formada em Harvard não aparece em público há dois anos e sofreria de depressão, atribuída à pressão para que dê à luz um herdeiro.

Já na Europa, o futuro da realeza está em parte nas mãos de rainhas. Quando a geração de Leonor ¿ a infanta espanhola nascida ontem ¿ herdar a coroa, pelo menos outros quatro tronos do continente poderão estar ocupados por mulheres: Holanda, Noruega, Bélgica e Suécia.