Título: Partidos pequenos correm atrás de sobrevida em 2006
Autor: Ilimar Franco
Fonte: O Globo, 06/11/2005, O País, p. 18

Oito legendas são ameaçadas por cláusula de desempenho

BRASÍLIA. Está chegando a hora da verdade para oito partidos políticos, os pequenos e médios. Para sobreviver, terão de conquistar, nas eleições de 2006 para a Câmara, 5% dos votos nacionais e 2% dos votos em nove estados. A principal providência desses partidos até agora tem sido reforçar a nominata de candidatos a deputado federal. Para isso, além de filiar novos líderes comunitários e regionais, procuram atrair deputados eleitos por outros partidos. A maioria também tem optado por realizar coligações nas eleições para a Câmara e assembléias legislativas e pretende lançar candidatos a governadores nos estados que puderem.

Os partidos que não atingirem o percentual previsto por lei perderão o direito à propaganda gratuita no rádio e na TV e passarão a receber recursos apenas residuais do Fundo Partidário, que chegou a R$113 milhões em 2004.

Partidos ainda tentam mudar a Lei Eleitoral

Estão nessa incômoda situação três partidos que em 2002 fizeram pouco mais de 5% dos votos: PP, PSB e PDT. E outros cinco que tiveram votação ainda menor: PTB, PL, PPS, PCdoB e PV. Eles ainda tentam mudar a Lei Eleitoral para reduzir a cláusula de desempenho de 5% para 2% dos votos nacionais para a Câmara. Mas, como esta possibilidade é cada vez mais remota, eles já estão se organizando para atingir os 5% dos votos nacionais.

Metade dos partidos ameaçados ¿ PP, PTB, PL e PV ¿ já decidiu que não vai fazer coligações nas eleições para a disputa pela Presidência da República. Isso vai permitir que eles peguem carona nos estados com as candidaturas e aliados mais convenientes do ponto de vista eleitoral. Por causa dessa posição, os partidos envolvidos no escândalo do mensalão (PP, PL e PTB) estão sendo disputados pelos grandes partidos, como PT, PMDB, PSDB e PFL, que costumam lançar candidatos aos governos na maioria dos estados.

¿ Os grandes partidos estão correndo atrás do nosso apoio ¿ diz o secretário-geral do PTB, deputado Luiz Antonio Fleury (SP).