Título: DÓLAR CAI PELO SEXTO DIA CONSECUTIVO E ATINGE MENOR VALOR EM QUATRO ANOS
Autor: Patricia Eloy
Fonte: O Globo, 08/11/2005, Economia, p. 20

Moeda fecha em R$2,204, pressionada por entrada de recursos no país

RIO e BRASÍLIA. Apesar das compras diárias do Banco Central (BC) no mercado de câmbio ¿ que já duram mais de um mês ¿ o dólar recuou ontem pelo sexto dia consecutivo em relação ao real e atingiu a menor cotação desde 30 de abril de 2001 (R$2,20). A moeda americana encerrou os negócios cotada a R$2,204, em queda de 0,36%. O dólar chegou a ser negociado a R$2,19, a mínima do dia. Nos últimos seis dias, a moeda caiu 3,84%.

Ontem, o BC comprou dólares no fim da tarde, a R$2,199. Mas, segundo analistas, o forte fluxo de recursos ¿ dinheiro de investidores estrangeiros que passa pelo mercado de câmbio para depois ser aplicado em outros mercados, como os de Bolsa e juros, além do proveniente de exportações ¿ tem empurrado as cotações da moeda para baixo.

¿ A tendência da moeda é ficar abaixo dos R$2,20, devido ao forte fluxo de venda de dólares por empresas e investidores ¿ avalia José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.

O risco-Brasil recuou 0,56% ontem, para 352 pontos centesimais, e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu 0,21%. O mercado financeiro espera redução um pouco maior na taxa básica de juros em 2006, segundo a pesquisa Focus do Banco Central (BC), feita com cem instituições financeiras. Especialistas estimam que a Selic fechará 2006 em 15,50% anuais, 0,5 ponto percentual a menos que a previsão anterior.

CVM suspende venda de ações da Cosan

A caderneta de poupança continua perdendo aplicadores. Em outubro, segundo dados do BC, a captação líquida ficou negativa em R$534,7 milhões, resultado de aplicações no valor de quase R$56,7 bilhões e retiradas de aproximadamente R$57,2 bilhões.

Ontem, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suspendeu por 15 dias a venda de ações da Cosan, pois tanto a empresa quanto o banco coordenador da oferta ¿ Morgan Stanley ¿ deram entrevistas à imprensa sobre o valor previsto para os papéis e também o valor de mercado estimado.

Carlos Alberto Rebello, superintendente de registros da CVM, explica que participantes de ofertas públicas estão proibidos de comentar lançamentos de ações antes do fim da operação, o que pode gerar especulações no mercado.

COLABOROU: Patrícia Duarte