Título: Pizzolato culpa Gushiken por repasse à DNA; ex-ministro nega
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Fonte: O Globo, 12/11/2005, O País, p. 5

BRASÍLIA. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato responsabiliza o ex-ministro Luiz Gushiken pela autorização do repasse antecipado de recursos de propaganda da Visanet para a agência DNA em entrevista à revista "Istoé Dinheiro" deste fim de semana. O Banco do Brasil detém participação acionária na Visanet. A suspeita da CPI dos Correios é que parte do dinheiro teria sido desviada para contas do PT. Por meio de assessores, Gushiken, atual chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência, negou com veemência a acusação.

Pizzolato disse que, antes de assinar o documento autorizando a liberação do dinheiro, teve um encontro com Gushiken, então ministro-chefe da Secretaria de Comunicação de Governo (Secom). Segundo Pizzolato, Gushiken lhe aconselhou a assinar a autorização. Ao ser perguntado sobre um repasse de R$35 milhões à DNA, Pizzolato respondeu: "ele (Gushiken) mandou assinar". Na entrevista, disse que levou os papéis para estudar em casa e no dia seguinte encontrou-se com Gushiken.

O ex-diretor do BB contou ainda que Gushiken disse a ele que a verba era "mais dinheiro para você usar" e "tem que assinar". Ele disse ainda que "todo o marketing das estatais passava pela Secom".

'Trata-se de uma mentira', afirma o ex-ministro

'Como se vê, o senhor Pizzolato demonstra franco desespero'

BRASÍLIA. Em nota, o ex-ministro Luiz Gushiken repudiou as declarações de Pizzolato. "Trata-se de uma mentira. Como de outras vezes, ele tenta jogar sobre minha responsabilidade atos dos quais não tive qualquer participação. Como se vê, o senhor Pizzolato demonstra franco desespero a cada nova declaração, atribuindo a outros responsabilidades que lhe eram devidas". Gushiken ressaltou que "as ações de marketing e de comunicação de empresas privadas - como a Visanet - nunca passaram pela Secom", lembrando que a "Visanet não é órgão do governo federal". E ataca Pizzolato: "Espanta-me o fato de que o senhor Pizzolato, publicamente, em ocasião anterior, atribuiu a gestão das relações da Visanet com a DNA a outros setores do próprio banco, tentando se eximir de responsabilidade". Ele lembrou que a "coordenação e supervisão exercidas pela Secom sobre a área de marketing do Banco do Brasil não abrangiam o relacionamento entre a Visanet e seus contratados".