Título: A Pororoca contra fraudadores
Autor:
Fonte: O Globo, 10/11/2004, O País, p. 3

A Operação Pororoca investigou, durante dois anos, um grupo de pessoas acusadas de montar uma quadrilha para fraudar licitações de grandes obras no Amapá. O grupo teria fraudado as concorrências de 17 obras, avaliadas, no total, em R$ 103 milhões. Só a construção do Porto de Santana ¿ segunda cidade do estado, depois da capital, Macapá ¿ estava orçada em R$ 64 milhões.

Segundo a Polícia Federal, o golpe ocorria há mais de dois anos e envolvia 17 empresas, além de autoridades municipais e funcionários do MEC em Brasília. Algumas empresas participavam das licitações apenas para conseguir elevar o valor das obras. Depois, retiravam-se do processo, beneficiando outras empresas também ligadas ao esquema.

Na semana passada, a Pororoca prendeu 28 pessoas em quatro estados. Agora, o número de prisões chega a 31. Mas 25 pessoas foram soltas anteontem, em Macapá, porque a ordem de prisão temporária era de cinco dias. Entre os libertados estão o ex-senador Sebastião Rocha (PDT-AP) e o suplente de senador Fernando Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que assumirá em janeiro a vaga no Senado deixada pelo prefeito eleito de Belém, Duciomar Costa (PTB).

¿ Vou assumir o Senado em janeiro, com muita honra, defendendo os interesses do Pará ¿ disse Fernando Flexa Ribeiro ao chegar a Belém, depois de solto, arrancando aplausos de correligionários.