Título: Empresário atuaria como um corretor
Autor: Antônio Werneck
Fonte: O Globo, 10/11/2004, Rio, p. 14

O delegado federal Cláudio Nogueira, responsável pela coordenação da operação Poeira no Asfalto, disse ontem que um dos empresários presos, Paulo Roberto Prette, era responsável pela compra de combustíveis nas usinas de Campos e na refinaria de Paulínia (SP). Prette, ainda de acordo com o delegado, era uma espécie de corretor e ficava encarregado de conseguir com Everaldo Oliveira da Silva as notas fiscais com valores mais baixos e endereçadas a outros estados onde o ICMS era reduzido.

Outros dois empresários presos, Renan de Macedo Leite e Sidmar Ribeiro da Silva, segundo o delegado, eram a outra ponta do esquema de adulterar combustíveis e sonegar impostos. Os dois são proprietários de postos de gasolina em todo o Estado do Rio, mas o delegado não quis adiantar quais distribuidoras e postos estão sendo monitorados pela PF.

Os 21 policiais presos na operação foram afastados de suas atividades, tiveram suas armas recolhidas e terão seus salários reduzidos durante esse afastamento. Eles vão responder a processo administrativo e poderão ser expulsos da corporação. O corregedor-geral da Polícia Rodoviária, Marcelo Gladson Pires, disse que pode haver novos envolvidos. Ele explicou que a previsão é de que só em fevereiro a sindicância esteja concluída.

O advogado do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Estado do Rio, Alfredo Louvera, que defende os 21 patrulheiros, solicitará a transferência imediata deles para uma prisão especial.