Título: FURLAN PEDE MAIS INVESTIMENTOS EM INFRA-ESTRUTURA, MAS ELOGIA MINISTRO
Autor: Soraya Agege de Carvalho/Carlos Severino
Fonte: O Globo, 15/11/2005, O País, p. 4

Empresários declaram apoio a Palocci num encontro em Nova York

NOVA YORK. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse ontem ser a favor de o Brasil usar o excedente de arrecadação fiscal na melhoria da infra-estrutura, uma vez cumprida a meta de superávit.

- Dentro do meu ministério tem escrito na parede "Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior", portanto, sou a favor de manter firmemente as metas e de investir em infra-estrutura de forma a melhorar a competitividade - disse.

Mesmo se referindo ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, como "bom timoneiro", Furlan afirmou não ser favor de o país fazer um superávit fiscal acima da meta porque há carências em muitas áreas e investimentos em infra-estrutura darão maior competitividade às empresas, o que contribuirá para aumentar a eficiência da economia brasileira. A posição do ministro é semelhante à da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que, em entrevista recente, atacou a área econômica do governo por exceder as metas de ajuste fiscal.

O enfraquecimento de Palocci e as informações de que o governo já estaria procurando um substituto não mudaram a programação do Brasil Day, um encontro de representantes de 28 empresas brasileiras com investidores, analistas de mercado e clientes americanos, ontem num hotel de Nova York.

Unânime nos elogios a Palocci, a maioria apostava na manutenção do ministro no posto e minimizava a possibilidade de turbulências na economia no caso de uma eventual mudança de comando na Fazenda.

- Ele próprio já disse que o sistema brasileiro não depende de uma pessoa só. Espero que ele continue levando adiante seus princípios - disse Furlan.

Para o superintendente da Bolsa de Valores de São Paulo, Gilberto Mifano, o Brasil e os investidores já atingiram maturidade que lhes permite lidar sem estresse com crises políticas:

- Já tivemos o mesmo embate com gente mais poderosa do que a própria Dilma. Palocci se saiu bem e a economia continuou no seu caminho.