Título: DÓLAR SOBE 1,08% E ATINGE O MAIOR VALOR NO MÊS
Autor: Patricia Eloy
Fonte: O Globo, 19/11/2005, Economia, p. 40
Moeda fecha a R$2,247, com rumores sobre demissão de Palocci e dois novos leilões do BC. Bolsa sobe 1,22%
RIO e LONDRES. Novos rumores sobre a demissão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e mais leilões de compra de dólares causaram ontem fortes oscilações nos principais mercados brasileiros. Pela manhã, no auge da especulação sobre a saída de Palocci, o dólar chegou a subir 2% e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a cair mais de 2%. No fim do dia, passadas as fortes oscilações, a moeda americana fechou em alta de 1,08%, a R$2,247 para venda, próxima da mínima de R$2,243. Ainda assim, é a maior cotação de novembro. Já a Bolsa encerrou os negócios com valorização de 1,22%, aos 31.489 pontos, perto da máxima de 31.499 pontos.
Ontem, os investidores ficaram atentos ao depoimento de Palocci na Câmara, que começou por volta das 11h, quando o dólar já subia 1,25%, com rumores de que o líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), assumiria a pasta da Fazenda. Ao meio-dia, o Banco Central (BC) vendeu 10,5 mil contratos de swap cambial, que são como uma compra de dólares no mercado futuro. A operação movimentou US$525 milhões e aumentou o nervosismo no mercado.
Mais tarde, às 15h30m, o BC fez nova investida e comprou moeda no mercado à vista (a R$2,25), mas, passada a especulação em torno da saída de Palocci e o leilão de swap, o dólar atingiu a mínima do dia, de R$2,243.
No fim da tarde, próximo ao encerramento dos negócios no mercado de câmbio, Palocci afirmou que continuaria no governo pelo tempo que o presidente Lula quisesse, o que tranqüilizou ainda mais os investidores.
O risco-Brasil ficou estável em 346 pontos centesimais e o Global 40, título brasileiro mais negociado no exterior, bateu ontem novo recorde histórico: 123,1% do valor de face, uma alta de 0,14% em relação à véspera.
Ouro atinge em Londres a maior cotação desde 1987
O ouro registrou ontem a maior alta dos últimos 18 anos em Londres, devido a especulações de que os preços ao consumidor nos Estados Unidos subirão em 2006. Alguns investidores adquirem o metal em tempos de inflação para preservar seu poder de compra. O ouro para entrega imediata subiu 0,3% e fechou a US$493,24 a onça troy (31,1 gramas do metal). O recorde foi atingido no início do dia: US$495,50 a onça troy, o maior valor desde 15 de dezembro de 1987.
(*) Com Bloomberg News