Título: Suspeito preso fez doações para peemedebistas
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Fonte: O Globo, 11/11/2004, Rio, p. 17

O empresário Renan de Macedo Leite foi pródigo com o PMDB na última campanha eleitoral. Além de ter contribuído com R$ 10 mil para a campanha do vereador eleito Chiquinho Brazão ¿ irmão do deputado estadual Domingos Brazão, que o nomeou para um cargo comissionado em seu gabinete ¿ Renan também doou R$ 50 mil para a campanha do candidato a prefeito pelo PMDB, o vice-governador Luiz Paulo Conde.

A doação, registrada na prestação de contas de Conde junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), foi em espécie, possivelmente em razão da greve dos bancários. Ontem à noite, através de assessores, Conde confirmou a doação. Segundo o vice-governador, o empresário deu uma colaboração para os candidatos do PMDB ¿ e sua parte foi devidamente registrada no TRE.

Denúncias envolvem políticos do PMDB

As investigações da máfia dos combustíveis puseram mais uma vez a Assembléia Legislativa (Alerj) na berlinda e associaram as denúncias novamente a quatro letras sempre presentes nos últimos casos polêmicos envolvendo políticos do Rio: PMDB.

Um dos quadros do partido é protagonista do mais recente escândalo envolvendo a Alerj. O deputado federal André Luiz, que foi deputado estadual, é acusado de tentar extorquir R$4 milhões do empresário Carlinhos Cachoeira. Em troca, o peemedebista usaria sua influência para retirar o nome de Cachoeira do relatório da CPI que investigou o escândalo da Loterj. As denúncias levaram a Alerj a antecipar a votação do relatório.

O PMDB comanda com mãos de ferro a Alerj, desde 1995, com a eleição do hoje senador Sérgio Cabral Filho para a Presidência da Casa. Cabral permaneceu oito anos no cargo, obrigando os governadores que passaram pelo cargo a compor com o partido para garantir a governabilidade.

Em 2003, no dia em que veio à tona o escândalo do propinoduto, que teve como pivô o fiscal de rendas Rodrigo Silveirinha, sua mulher, Silvana Dionízio Silveirinha Corrêa, foi nomeada consultora parlamentar na assessoria do então presidente da Alerj. Durou pouco. Em 24 horas, no dia 8 de janeiro, o ato foi revogado por Cabral.

Ano passado, Cabral Filho passou o bastão para Picciani, que deu continuidade ao reinado absoluto. Para se ter uma idéia do controle exercido pelo PMDB na Casa, o deputado Paulo Melo, homem-chave do partido, foi nomeado este ano para 27 das 29 comissões permanentes da Casa.